A alternância do poder é um dos sentidos da democracia, mas no Brasil a classe política conseguiu inovar: democracia significa alternância de quadrilhas no poder. Afinal, qualquer brasileiro minimamente informado já sabe que a quadrilha do PT, liderada por Lula da Silva, foi substituída pela quadrilha do Temer, segundo investigações da Polícia Federal e denúncia formulada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Seria simplesmente inacreditável, parece um roteiro de horror, mas o fato é que temos um ex-presidente condenado por corrupção e objeto de várias outras denúncias, e o atual, ao lado de ministros, investigado por práticas criminosas. Como é possível construir uma Nação decente nessas circunstâncias?
Lula da Silva, que se dizia a alma mais honesta do Brasil, foi desmascarado por denúncias, fatos, evidências, e, principalmente, pelo depoimento demolidor de seu amigo, companheiro e principal ministro de seu governo, Antônio Palocci – que assumiu ser também parceiro em crimes. Lula, o “santo do pau oco”, está definitivamente encalacrado e dificilmente escapará da prisão. Na melhor das hipóteses, arruinou sua própria reputação.
Bem, Michel Temer, esse nunca enganou ninguém. Sempre foi ruim de voto e hoje não se elegeria síndico de prédio. As malas de dinheiro, dos amigos Geddel e Rocha Loures, serão sempre um fantasma pronto a assombrá-lo assim que deixar o Palácio do Planalto em 31 de dezembro de 2018. Sim, porque protegido pelo foro privilegiado, essa jabuticaba brasileira, e pela Constituição, Temer não será julgado enquanto estiver no cargo para o qual não foi eleito, registre-se. Uma Câmara desmoralizada também não irá afastá-lo do poder, porque são todos “irmãos camaradas”.
Enfim, o retrato do Brasil é esse: somos governados por quadrilhas que se alternam no poder e vão saqueando a Nação. É de chorar, mas é a nossa triste realidade. Ate quando, só Deus sabe.
