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Setembro Verde: profissionais e estudantes são treinados para captação de órgãos

20/09/2017

No Brasil, há mais de 30 mil pessoas na fila de espera por um transplante de órgãos. Por outro lado, 60% das chances de doação se perdem por recusa das famílias ou falta de conhecimento profissional e de investimentos hospitalares. Para equacionar esta conta e ajudar a salvar mais vidas, a Prefeitura de Santos e a Santa Casa capacitaram nesta quarta-feira (20) mais de 400 trabalhadores e estudantes da área da saúde. A atividade integra o Setembro Verde – mês de incentivo à doação de órgãos e transplantes.

“A cada 100 mortes encefálicas confirmadas, apenas 40 resultam em transplante. E as duas principais causas são a recusa das famílias e a parada cardíaca do falecido. Uma vez que ocorre a parada cardíaca, após a morte cerebral, não é possível fazer mais nada”, explica a coordenadora médica do Ambulatório Pós-Transplante do Hospital do Rim da Unifesp (São Paulo), referência mundial nesta especialidade, Marina Pontello Cristelli.

“A capacitação é importante em duas frentes. A primeira é o cuidado básico com o potencial doador e, a segunda, é a sociedade conversar sobre a morte e a doação”, complementa a nefrologista, que foi responsável pela palestra de abertura. 

O evento, realizado em duas turmas (manhã e tarde), abordou o diagnóstico de morte encefálica, legislação, cuidados com o potencial doador de múltiplos órgãos e abordagem das famílias, em exposições de profissionais da Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes do Hospital Irmã Dulce, de Praia Grande.

A presidente da Comissão Intra-hospitalar de Transplantes de Órgãos da Santa Casa de Santos, Rita de Cássia Martins dos Santos, ressalta que os profissionais de saúde enfrentam muitas dificuldades para obter autorização das famílias, muitas vezes por questões religiosas e falta de entendimento técnico. “A gente tem que desmistificar e sensibilizar a população sobre a captação de órgãos”.