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Um presidente encrencado

23/09/2017

O STF (Supremo Tribunal Federal) autorizou, por 10 votos a 1, o envio da segunda denúncia formulada pela Procuradoria-Geral da República contra o presidente Michel Temer. Apenas o ministro Gilmar Mendes, amigo do presidente, foi contra. Ele é acusado de obstrução de justiça e de chefiar uma quadrilha com o objetivo de arrecadar propinas para políticos.

Temer está encrencado e conseguiu a "proeza" de ser o primeiro presidente da história a ser denunciado não uma, mas duas vezes, por atos ilícitos praticados no exercício do poder. Caberá à Câmara dos Deputados aprovar ou não a abertura do processo, sendo necessários 2/3 dos votos, ou seja, que 342 parlamentares votem pelo andamento da investigação, o que é altamente improvável, haja vista a farta distribuição de verbas autorizadas pelo Planalto já no primeiro pedido.

Imprevistos podem acontecer, especialmente na política, mas o fato é que Temer deve continuar na cadeira de presidente até 31 de dezembro de 2018. A principal razão é a de que o país perdeu totalmente seus valores éticos e morais e a gatunagem prevalece no comando da Nação.

Convenhamos, em que país civilizado do planeta um presidente e vários de seus ministros e amigos acusados da prática de corrupção, com delações e fortes evidências da prática de crimes contra o erário, permaneceriam no poder?

Malas e malas de dinheiro sujo foram apreendidas e até agora, dois protagonistas do crime, Geddel Vieira Lima e Rodrigo Rocha Loures, freqüentadores habituais do círculo do poder e amigos do presidente, não disseram a quem pertencia os valores roubados do povo brasileiro.

O Brasil está mudando, mas os políticos ladrões parecem não se dar conta disso. Prevalecem o cinismo e a desfaçatez. Os últimos acontecimentos indicam que Temer será blindado até o final do governo, mas a partir de 2019 terá de prestar contas à Justiça, a exemplo do que acontece com a "alma mais honesta do Brasil", o senhor Lula da Silva.