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O príncipe precisa ler mais…

07/10/2017

Resquício arqueológico da Monarquia que um dia existiu no Brasil, Dom Bertrand de Orleans e Bragança (trineto de Dom Pedro 2), deixou claro que precisa ler mais livros de história. Em passagem por Santos, na quinta-feira (5) ele saiu-se com essa: “A monarquia foi o único regime que deu certo. A corrupção é fruto da República”.

Seria bom ele consultar diversas obras que relatam a bandalheira na época da realeza, tanto no período do Brasíl Colônia quanto na época imperial. 

Foi com a vinda de D. João VI que surgiu a expressão “amigo do rei”, para designar que quem era íntimo de sua realeza tinha privilégios. 

A “caixinha” (a popular propina) também vem desta época. O “Toma-lá-dá-cá”, a troca de favores por motivos nada republicanos, era prática comum. “Quem furta pouco é ladrão, quem furta muito é barão e quem furta mais e esconde passa de barão a visconde” era um dos ditados mais populares da época. Propina, sonegação, superfaturamento e compras viciadas eram coisas normais sob as barbas de D. João VI, D. Pedro I e D. Pedro II.

Ainda dá tempo de o príncipe, que tem 76 anos,  se inteirar mais sobre a história brasileira lendo obras como “1808” e “1822”, de Laurentino Gomes; “Corrupção, mostra tua cara”, de Marco Morel; e “A coroa, a cruz e a espada: ordem e corrupção no Brasil Colônia”, de Eduardo Bueno.

Os jornais da época já criticavam os esquemas de corrupção, como o trabalho do desenhista Angelo Agostini, publicado na “Revista Illustrada”, durante o Segundo Reinado, que mostra ratazanas roendo o Tesouro Nacional.