Notícias

Restrição do uso de anti-inflamatórios na gravidez

07/10/2017

A gravidez é uma fase da vida em que o medicamento tem de ser usado com bastante restrição, seja pela saúde da mãe, seja pela do bebê. O cuidado é muito maior, principalmente quanto ao feto, pois este está em plena formação e, portanto, substância químicas estranhas podem comprometer sua saúde. A suscetibilidade do feto é grande.

Quanto ao uso de anti-inflamatórios (AAS, nimesulida, diclofenaco e outros) usados no controle da dor, inflamação e febre, há restrição importante pelo risco de malformação cardíaca. O coração de um feto tem um pequeno canal que liga o lado direito do coração com o esquerdo. Na gravidez, o pulmão fetal não funciona e necessita de menor carga de sangue. Sua oxigenação é feita pela circulação sanguínea da mãe, no cordão umbilical. Ao nascer, em até 24 horas, esse canal se fecha garantindo a circulação e função pulmonar.

A indometacina, outro anti-inflamatório, é um medicamento usado para retardar o parto prematuro. Alguns estudos mostram a ocorrência de constrição de canal arterial em 6,5% dos recém-nascidos de mães que fizeram o uso desse medicamento. Porém, o uso desse medicamento esteve associado a outras patologias como óbito, sepse, enterocolite necrotizante, e insuficiência respiratória. A probabilidade de fechamento canal é maior, quanto mais próximo do nascimento estiver o feto quando a mãe usar o medicamento. O fechamento desse canal é reversível com a cessação do uso do medicamento.

A Agência Francesa de Medicamentos tem feito campanha para que o medicamento não seja usado a partir do sexto mês de gravidez, de forma radical. A agência ressalta que crianças nascidas de mães usuárias de anti-inflamatórios correm risco de apresentar os problemas acima, além de hipertensão pulmonar. Essa advertência é reiterada pela FDA, americana, que obriga a restrição de uso de anti-inflamatórios nos últimos três meses de gravidez. Porém, alguns trabalhos isolados não consideram o risco, mas vale a prevenção. 

Durante a gravidez, a mulher não deve realizar a automedicação para preservar sua saúde e a do bebê. O uso de anti-inflamatórios, por ser de venda livra e de fácil acesso, pode parecer inofensivo, mas não é. Mesmo o paracetamol, que é pretensamente seguro para as grávidas e para o feto, tem reações adversas relatadas. Preferencialmente, durante a gestação, a mulher deve optar por práticas não medicamentosas para o controle da dor. 

Se ainda tiver dúvidas, encaminhe sua dúvida para o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da Unisantos. O contato pode ser pelo e-mail [email protected] ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002.