Notícias

Sentir dor não dá!

14/10/2017

A dor é um problema que atinge pessoas de todas as idades e tem forte impacto na qualidade de vida, podendo comprometer as atividades sociais e  as funções de trabalho. Afinal, como tirar prazer de algo quando o corpo está sofrendo com dor?

A dor, por si só, é um sinal vital que nos avisa de que algo no organismo não está bem, nos dando condição de procurar por ajuda profissional. No caso de infarto, apendicite ou outra condição grave, ela é importante para o rápido atendimento. Mas, em casos crônicos, a dor pode se tornar a própria doença, como explica o neurocirurgião Claudio Corrêa.

Segundo ele, que é especialista em dor, é verdade que a dor pode sofrer interferências de mudança de clima, especialmente em quedas de temperaturas quentes para muito frias. As crises também podem ser desencadeadas com traumas emocionais.

 "O tratamento da dor inerente a qualquer doença é um direito do paciente. Sentir dor pode ser comum, mas não é normal, por isso é importante pedir ajuda", orienta o médico.

 

Crônica e aguda
O médico esclarece que há dois tipos de dor: crônica e aguda. A dor aguda pode ter duração de até três meses, sendo sintoma de alguma doença que pode ser tratada. A dor crônica é aquela que tem duração de mais de três meses e pode não ser curta, geralmente se tornando uma enfermidade.

A dor física, quando crônica, pode desenvolver componentes emocionais que a agrava, como ansiedade e depressão, que também precisam ser tratados. Palidez, sudorese, alteração da pressão arterial também podem se manifestar durante crises mais fortes.

 

Como medir
"A dor é difícil de ser quantificada, especialmente se considerarmos pessoas de percepções e expressões diferentes", explica Cláudio Corrêa. "Mas, é possível medir a sua intensidade por meio de alguns elementos simbólicos de escala, como faixas que sinalizam números de 0 a 10, cores que vão da mais clara para a mais escura, de rostos que vão da felicidade a grande tristeza, e assim por diante", completa. 

O médico lembra que existem pessoas que não sentem dor, o que, embora pareça algo bom, na verdade não é. "Trata-se de uma doença chamada de "analgesia congênita" e que pode ter consequências graves, já que o individuo não tem a capacidade de percepção da dor diante de machucados graves, como quebraduras ou queimaduras, que, sem tratamento, podem evoluir com quadros inflamatórios e infecciosos fatais".
 

Como tratar
O neurocirurgião orienta que o tratamento da dor seja multidisciplinar, envolvendo profissionais de diversas especialidades, como médicos, fisioterapeutas e psicólogos, que integram diferentes terapias complementares para o melhor atendimento das necessidades de cada paciente.

"A automedicação, além de mascarar e dificultar o diagnóstico de doenças, ainda pode gerar o efeito rebote da dor, em que a pessoa precisará de doses cada vez mais intensas para sair da crise", alerta. Ele também recomenda atividades físicas bem orientadas e a manutenção das atividades intelectuais, que ajudam o indivíduo a enfrentar melhor os quadros dolorosos e manter uma vida com mais qualidade.