É cada vez maior o número de cidadãos que estão deixando o país, com suas famílias, todos desiludidos com o Brasil e sem perspectiva e esperança de que as coisas melhorem. Esse talvez seja o dado mais cruel do que a elite canalha, instalada nos três poderes da República, fez com o país. Mais que dinheiro, roubaram a esperança de uma Nação.
A imprensa noticia diariamente que somos governados por uma quadrilha que tem como maior objetivo assaltar os cofres públicos sem a menor cerimônia. Contam com a proteção do chamado "foro privilegiado", um instrumento criado para garantir a defesa de ideias e que se transformou na garantia de impunidade para políticos corruptos.
O grande problema hoje do país não está na classe política, que abriga muitos bandidos da pior espécie, mas na atitude de alguns ministros do STF, que mostram desprezo pelas leis e pela própria Constituição.
Como disse o ministro Luís Roberto Barroso, mudar decisões de acordo com o réu não é próprio de um estado democrático de direito e sim de um "estado de compadrio". Barroso é um dos ministros que dignificam nossa Suprema Corte, mas, infelizmente, ele parece fazer parte da minoria.
Juízes e procuradores federais têm realizado um trabalho exemplar, colocando criminosos de colarinho branco na cadeia. Pela primeira vez na história do país havia a impressão de que a lei vale para todos. Pura ilusão. O STF, em particular o ministro Gilmar Mendes, acabam com a esperança de um país decente ao proferir decisões absurdas e habeas corpus que beneficiam os grandes ladrões da República, a pretexto de seguir a Constituição.
Em breve o STF, por maioria de votos, deve impedir a prisão em segunda instância, garantindo a eterna impunidade para políticos corruptos. Será o fim da Lava Jato. Tudo voltará a ser como antes: corrupção liberada e cadeia apenas para os desafortunados.
Sem esperança, resta, para quem pode, o caminho do aeroporto. Quem ficar terá de conviver com a hipocrisia, a roubalheira, o deboche e a violência sem limites. Pobre Brasil.
