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Um país surreal

11/11/2017

Estranho país o Brasil. Quando se pensa que alguma coisa vai mudar, as forças políticas que comandam a nação se unem e promovem o retrocesso. O mais cruel é que o povo, que paga a conta, cada vez mais salgada, assiste a tudo com naturalidade, sem nenhum tipo de reação. 

O brasileiro perdeu a capacidade de se indignar e a elite que governa o país já se deu conta disso. E as maldades contra os mais fracos vão crescendo, sem limites, em fatos que parecem inacreditáveis. O mesmo governo que não cobra os grandes devedores da Previdência afirma que a reforma do sistema é inevitável. O objetivo é reduzir privilégios, dizem.

Quem quiser que acredite, mas é possível um presidente que se aposentou aos 55 anos, ganhando mais de 40 mil reais por mês, possa falar em cortar aposentadorias dos mais fracos? Ao seu lado estão gente como o ex-senador José Sarney, que acumula três aposentadorias, somando mais de R$ 70 mil. O teto estabelecido por lei é de pouco mais de R$ 32 mil, mas a lei, ora a lei, ela só deve valer para o chamado "zé povinho", pobres coitados que trabalham honestamente e só são lembrados – e para ser engados – em período eleitoral.

O Judiciário, que deveria impedir ilegalidades, se farta de privilégios. Recentemente o ministro Marco Aurélio, do STF, mandou pagar diversos auxílios e outros privilégios para 294 desembargadores do estado do Rio Grande do Norte, que o próprio Judiciário havia mandado suspender. Resultado: suas excelências vão continuar recebendo salários de R$ 100, 200 mil e que se dane o povo pobre do Estado. É a crise.

A Constituição diz que todos os brasileiros são iguais, mas os juízes são mais iguais porque tem duas férias por ano e diversos privilégios, bancados pelo cidadão comum. E os políticos ladrões seu foro privilegiado, garantia de impunidade. É a crise.

Para completar, Geddel Vieira Lima, amigo de Temer e também ex-ministro de Lula e integrante do governo Dilma, quer saber quem denunciou o apartamento onde estavam os R$ 51 milhões, em malas, e o nome do policial que anotou a denúncia.  Segundo ele, a denúncia foi ilegal. Legal, para esse tipo de gente, é saquear a Nação. 

No Brasil de hoje, o bandido quer prender o delegado. Não tem como dar certo.