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Náuseas e vômitos

25/11/2017

O vômito é a expulsão do conteúdo do estômago de maneira reflexa, ou seja, como resposta incontrolável a um estímulo. No cérebro há uma estrutura específica que promove todas as ações necessárias para o vômito, uma vez que o conteúdo gástrico segue uma direção contrária à nossa fisiologia. Há forte contração dos músculos abdominais, assim como a do próprio estômago. Além disso, os esfíncteres (músculos que funcionam como portas) se abrem para a saída em direção à boca e se fecham em direção ao intestino.

Esse centro nervoso reage a múltiplos estímulos, ainda que seja o mesmo padrão de resposta. Assim, dependendo da causa, os medicamentos escolhidos divergem, sendo eficazes de forma específica e não, generalizada. Há medicamentos indicados para: cinetose (vômito causado pelo movimento); contra aquele causado pelo câncer e os medicamentos usados na terapia; para emese da gravidez; quando derivado de problemas gastrintestinais. Desse modo, cada caso deverá receber um medicamento apropriado.

No caso das grávidas, os enjoos e vômitos são comuns em até 55% das mulheres e tendem a finalizar na 12ª semana de gravidez. Em até 2% das grávidas, esse quadro poderá ser mais grave, passando a ser denominado como hiperemese gravídica. Um medicamento específico, ondansentrona, tem seu uso contraindicado no Canadá, porém as indicações cientificas são controversas. Nas bulas brasileiras, consta a informação de que a segurança no uso da ondansetrona em mulheres grávidas ainda não foi estabelecida. O órgão americano, FDA, também contraindica por falta de evidências seguras, mas não o proíbe.

Os medicamentos usados no tratamento do câncer são potencialmente indutores de vômito, em diversos níveis de atenção. O tratamento desse problema envolve um conjunto de medicamentos que poderão ser administrados preventivamente, conforme o caso. Além disso, há sempre a polêmica questão do uso da maconha como terapêutica de controle. No início dos anos de 1970 já haviam sido isolados os componentes da Cannabis sativa que apresentam os melhores resultados. Alguns desses derivados já existem como medicamentos e um deles, em princípio, pode ser importado para o Brasil. 

Algumas alternativas para o controle medicamentoso do vômito já são usadas e estão sendo estudadas pela ciência. O uso de gengibre e de goma de mascar no controle das náuseas do pós-operatório são exemplos desses estudos. Do mesmo modo a acupuntura tem bons resultados. O uso de umeboshi, um tipo de damasco consumido na culinária japonesa tem bons resultados no controle da hipersalivação típica da gravidez e que é uma das causas das náuseas e vômitos desse período.

Se ainda tiver dúvidas, encaminhe sua dúvida para o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da Unisantos. O contato pode ser pelo e-mail [email protected] ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002.