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Fascite plantar provoca dor no calcanhar

16/12/2017

Aquela dor no calcanhar, especialmente ao se levantar pela manhã, pode ser um sintoma da fascite plantar, um dos problemas ortopédicos mais recorrentes. Estima-se que afeta uma em cada 10 pessoas ao longo da vida, costuma aparecer entre os 40 e 70 anos e pode atingir homens e mulheres. 

A fisioterapeuta Walkiria Brunetti explica que a fáscia plantar é um tecido que se estende do osso do calcanhar por toda a planta do pé e sua anatomia é pouco flexível. "Durante a fase de apoio da marcha (aquela em que damos o impulso para andar), a planta do pé é comprimida e uma força de tração é gerada. A cada passo que damos, a fáscia é submetida a repetitivas forças de tração. Dependendo da intensidade e da frequência, isso pode levar a degeneração progressiva do tecido, gerando micro traumas que irão resultar na inflamação e na dor crônica", informa.

As dores são mais fortes pela manhã, quando depois de um longo repouso a pessoa precisa dar os primeiros passos. Ao longo do dia costuma melhorar um pouco, mas sempre que a pessoa permanecer em repouso, ao se levantar sentirá dor. Pode haver inchaço e aumento da temperatura na região também.

 

Sapatos inadequados
Walkiria explica que o salto alto é um dos principais causadores da fascite plantar. "Quanto mais alto o salto, maior o risco. Isso porque ele causa o encurtamento da fáscia. Sapatilhas ou rasteirinhas também podem provocar o problema, pois esses tipos de calçados não oferecem o conforto necessário para o arco plantar", diz.

 

Excesso de peso
Além da obesidade, associada em vários estudos ao surgimento da fascite, o problema pode ter outras causas: trabalhar em pé; praticar exercícios físicos intensos (corrida, saltos, vôlei, etc); pés planos (sem arco); pés cavos (com arco alto); pessoas com diferença no comprimento das pernas; distúrbios da pisada; encurtamento do tendão de Aquiles e esporão de calcâneo.
 

Envelhecimento
A idade é outro fator de risco. “Estudos mostraram uma relação da fascite plantar com o desgaste de uma estrutura chamada coxim gorduroso, responsável por absorver o impacto do calcanhar no solo. Com o processo natural do envelhecimento, há redução do colágeno e do líquido que dão elasticidade ao coxim. Ele diminui e assim reduz sua capacidade de proteger o calcanhar”, explica Walkiria.

Tratamento
O principal objetivo é reduzir a dor e devolver a mobilidade. Na fase inicial e aguda, o médico poderá prescrever medicamentos analgésicos, sessões de fisioterapia e exercícios em casa. Walkiria recomenda o paciente a alongar a região do calcanhar todos os dias, pelo menos três vezes, utilizar compressas de gelo e exercícios para relaxamento da fáscia, que podem ser realizados com rolinhos, por exemplo. Quando houver melhora do quadro agudo, são indicados exercícios de alongamento e fortalecimento dos músculos da panturrilha, da cadeia posterior e para estabilização do tornozelo.

Além disso, é preciso afastar os fatores que podem piorar o quadro, como reduzir o peso corporal, diminuir o nível de atividade física durante o tratamento, usar sapatos adequados e, se for o caso, palmilha ortopédica. “O ideal para as mulheres é optar por saltos de 3 a 4 cm. Os sapatos sociais masculinos ou os tênis são os mais adequados. Ao comprar um sapato é preciso perceber se ele dá uma boa sustentação para o arco da planta do pé e, no caso do tênis, avaliar o sistema de amortecimento”, orienta.