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Momento de despertar

16/12/2017

A realidade do “consumir” tem influenciado nossas vidas, mais do que podemos imaginar. Ver o mundo através das lentes do consumo nos faz exigir sempre o melhor, não importa se de um produto, de um relacionamento, de um emprego ou das pessoas que amamos.

Buscar o melhor, procurar crescer, ansiar excelência na vida, é certamente salutar. Progresso, evolução, deve ser objetivo de todos na Terra.

Porém, os excessos, os desequilíbrios de tais posturas é que nos trazem grandes problemas. Exigir em demasia, tanto da vida, dos outros, e muitas vezes, por consequência, de si mesmo, traz-nos distúrbios de comportamento seríssimos. 

A questão é tão grave que já existe catalogação para este tipo de fobia: a “atelofobia”, que se constitui no medo da imperfeição. Sem falar na ansiedade crônica, que hoje já faz adoecer o mundo com seus venenos potentes. Tudo parece dar a entender que se faz difícil viver numa sociedade onde o sofrimento, a tristeza, os defeitos e as fraquezas não são mais tolerados.

A indústria oferece soluções para qualquer tipo de problema, e para todos os tipos de bolso. São receitas de sucesso nas prateleiras das livrarias; pílulas da felicidade na farmácia da esquina… 

Criamos uma era da perfeição de massa, onde os defeitos são vistos como erros da natureza que podem ser corrigidos, deletados, deixados para trás. O corpo parece deixar de ser determinado e passa a ser inventado. Um corpo fabricado pelas nossas escolhas, baseadas nos padrões vigentes da época, altamente questionáveis.

Corremos o risco de deixar de ser aquilo que somos para nos transformarmos em um corpo sem marcas, sem história, sem humores. Em mera imagem.  

Mas se não é bem essa sua intenção, experimente olhar o mundo através de lentes não viciadas em cânones ou padrões. Este “olhar o mundo” passa por olhar-se, em primeiro lugar.

Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, foi muito lúcido ao dizer: “Quem olha para fora sonha, quem olha para dentro desperta”. Este é o momento de despertar. Despertar para os valores mais nobres da vida, e finalmente colocar a nossa alma no rumo da felicidade verdadeira.

Nestes valores fundamentais estão a paciência, a compreensão das dificuldades e limitações do outro e nossas. Está a compaixão, virtude de vivência dinâmica, que estende a mão ao próximo, para que cresça junto. Está a resignação, virtude que aprende com a dor, retirando dela as lições preciosas que sempre traz, evitando a revolta e a negação.

A lei maior do progresso nos coloca na direção da perfeição, naturalmente, mas dessa perfeição que vem sendo construída de forma gradual nas profundezas da alma. Desejá-la de forma fácil, conveniente, e da maneira com que nós ansiamos e achamos que deva ser, sempre será perigoso e próximo do desastre.

[com base em artigo de Elisa Correa e da Redação do Momento Espírita]

Evite o excesso de exigência para com os outros. Somos seres diferentes, pensamos diferente em muitas ocasiões, e por isso, exigir que as pessoas tenham o mesmo ângulo de visão que o nosso, para tudo, é absurdo. O “diferente” está ao nosso lado por razões especiais. É com ele que aprendemos inúmeras virtudes, é com ele que crescemos e alcançamos a nossa gradual e certa perfeição.

PAZ, SAÚDE E PROSPERIDADE