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Uma reforma polêmica

16/12/2017

O governo federal torrou milhões de reais do contribuinte, por intermédio de liberação de cargos e dinheiro para deputados federais na tentativa de aprovar a reforma da Previdência, mas, nem assim, obteve êxito. A votação da proposta de mudança ficou para 19 de fevereiro de 2018, se vier a ocorrer, já que o governo precisa de 308 votos dos 513 deputados. Em ano eleitoral, será uma tarefa bastante complicada.

É consenso entre especialistas de que a Previdência precisa passar por uma ampla reforma, que retire privilégios escandalosos, e possa assegurar o pagamento em dia, no futuro, a milhões de brasileiros. Mas também é verdade que faltam explicações convincentes ao conjunto da sociedade. A Previdência tem um buraco gigantesco, mas por que grandes empresas devem milhões e não pagam, por exemplo? Por que o governo não cobra o que os gigantes do mercado devem? Quais são os privilégios que serão cortados com a mudança?

Faltam explicações claras para os brasileiros e, por isso mesmo, a grande maioria dos cidadãos não aceita a reforma, o que tem obrigado o governo a torrar milhões de reais em propaganda. Nem assim tem conseguido sucesso.

A razão é simples: ou as informações divulgadas pelo governo não são verdadeiras, ou a reforma vai mesmo prejudicar a parcela mais fraca da sociedade – a maioria dos brasileiros. Vale destacar que o governo que tenta mudar a Previdência é comandado por Michel Temer, o cidadão que se aposentou aos 55 anos e que recebe hoje mais de R$ 40 mil reais. Já o ex-presidente José Sarney, do mesmo partido de Temer, acumula duas aposentadorias que superam R$ 70 mil reais.

É bastante provável que a reforma da Previdência seja essencial para o futuro do país. Mais ela não pode ser imposta por uma classe de políticos que jamais respeitou o erário, como é o caso de Temer e de seus parceiros. O correto é ser realizada pelo futuro governo, com um novo Congresso, e após amplo debate com a sociedade.