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Medicamentos chr39eu tambémchr39

16/12/2017

Alguns medicamentos são chamados “me too” ou “follow-on” porque não introduzem, de fato, nenhuma vantagem terapêutica. São substâncias derivadas de pequenas modificações químicas que permitem registrá-la como novo medicamento. Com isso, as indústrias farmacêuticas fazem contínuos lançamentos de medicamentos “mais modernos”. Um a cada dez medicamentos lançados são efetivamente inovadores, os demais são medicamentos baseados em pequenas alterações na estrutura química, sem nenhuma vantagem real. Há críticos e defensores para essa classe de medicamentos.

Uma das críticas é a de que o mercado de “me too” retarda o lançamento e a pesquisa de novos medicamentos efetivamente inovadores. Isso acontece porque a pesquisa do “me too” é mais barata do que a de um inovador, uma vez que já existe conhecimento acumulado que possibilita pular-se algumas fases. Como esses medicamentos são lançados como “mais modernos”, a classe médica, de certo modo, reduz a expectativa e a demanda por novos produtos, mais eficazes. Estima-se que o gasto com material promocional seja cerca de 20% maior do que a do primeiro medicamento lançado. Presume-se que os gastos com a divulgação sejam maiores do que com a pesquisa em si.

Mas os defensores do “me too” sustentam que a competição de mercado faz com que os preços caiam. Porém, estudos em relação a isso são contraditórios. Quando a diferença no tempo de lançamento do medicamento “me too” em relação ao primeiro medicamento da classe é pequena, a queda no preço em ambos não é significativa. Mas o lançamento tardio do “me too” faz como tenha de competir com uma marca mais consolidada, a do inovador, que, normalmente, detém maior confiança por parte dos médicos e dos pacientes.

Para que o medicamento “follow-me” traga alguma vantagem real ao mercado, pensando-se me longo prazo, é necessário que seu preço seja 15% inferior. Mas sabe-se que, em algumas situações, o preço final do medicamento acabou aumentando, tanto do inovador quanto do medicamento lançado a seguir. Por outro lado, os medicamentos genéricos trazem economia real ao bolso dos consumidores.

Para evitar o lançamento desnecessário, de medicamentos que não inovam, há fortes sugestões para que os laboratórios comprovem que seus produtos sejam mais eficazes, mais seguros, mais baratos e acessíveis do que os que já estão no mercado. Esse tipo de estudo é feito, mas não divulgado pelos laboratórios. Seus estudos limitam-se a comprovar melhor eficácia do que a do efeito placebo.

Se ainda tiver dúvidas, encaminhe sua dúvida para o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da Unisantos. O contato pode ser pelo e-mail [email protected] ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002.