Coluna Dois

Temporada de 2018 na bola de cristal

30/12/2017

CBF
A Confederação Brasileira de Futebol está completamente desmoralizada. Dentro de campo, a seleção brasileira viveu em 2014 a maior humilhação de uma centenária e gloriosa trajetória. Os 7 a 1. Fora de campo, tem um ex-presidente, José Maria Marin, condenado e preso nos Estados Unidos por seis crimes de corrupção praticados no exercício do mandato. 

Outro ex-presidente, Ricardo Teixeira, e o atual, Marco Polo Del Nero, também estão denunciados na justiça dos Estados Unidos pelos mesmos crimes de Marin. Como o Brasil não extradita brasileiros, os dois estão livres da ameaça de fazer companhia a Marin na prisão por lá. 

A situação é bizarra. Marco Polo Del Nero foi afastado da presidência da CBF pela Fifa. Não vai conseguir, provavelmente, se reeleger. Mas se agarra num fio desencapado de esperança. Manobra para adiar a eleição da CBF de abril para o segundo semestre. Se tiver escapado do banimento da Fifa… Se não der certo, já articula uma candidatura plano B.

Romário se apresenta candidato com discurso moralizante. Mas o estatuto da CBF fecha o colégio eleitoral e assim garante Del Nero e Cia no poder. Pode ser com um burocrata do grupo, com Reinaldo Bastos, presidente da  Federação Paulista, ou até com Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians.

A justiça brasileira assiste de braços cruzados a essa orquestração vergonhosa. Em parte porque a CBF, e também os clubes, são entidades de direito privado. Por isso, curiosamente, quando pega propina, o dirigente não comete crime. É um “presente” que recebe da empresa beneficiada com o contrato. O problema é que se a propina se torna pública, ele é enxotado da direção da confederação ou do clube. Então esconde. Quando lava o dinheiro, como os cartolas brasileiros e latino-americanos fizeram nos Estados Unidos, aí sim, comete crime. A bola de cristal prevê turbulências e mudanças nesse cenário lamacento em 2018. Antes tarde do que nunca.

 

Santos 
Tem a Libertadores batendo na porta. Mas lida com velhas dificuldades: falta de dinheiro e de planejamento. Até esta quinta-feira ainda não tinha pagado a multa rescisória do treinador Jair Ventura no Botafogo. É uma quantia irrisória, em se tratando de futebol, mas o novo presidente só assume na semana que vem. Ainda não tem nem a chave do cofre vazio. O Peixe perdeu peças importantes como Lucas Lima e Zeca. Ricardo Oliveira também saiu. Ainda não trouxe nenhum nome de peso. A bola de cristal prevê torcedores preocupados. 

 

Corinthians
Como o Santos, perdeu peças fundamentais: Guilherme Arana, Pablo e principalmente Jô. Mas manteve o treinador Carille, bem-sucedido em 2017 com elenco limitado. Trouxe Junior Dutra e Renê. A dívida do estádio não dá muita margem para sonhar. A bola de cristal prevê que a mágica não vai funcionar de novo.

 
Palmeiras     
Já tinha o melhor elenco e fez as melhores contratações: Lucas Lima, Marcos Rocha, Weverton, Diogo Barbosa… A bola de cristal prevê a conquista de um título importante neste ano, Libertadores ou Brasileiro. A fase de investimentos exuberantes parece mais sólida que a da parceria com a Parmalat que, depois do final, deixou o rescaldo de 2 rebaixamentos. 

 

São Paulo 
Garantiu Jucilei, continuou com Dorival Junior, contratou o bom goleiro Jean, do Bahia, que também é batedor de faltas como o ídolo Rogério Ceni, se livrou de Buffarini. E Hernanes? A bola de cristal prevê sono tranquilo para o são-paulino em 2018. Nem fogos de artifício por grandes conquistas nem pesadelos com o rebaixamento.