O julgamento mais aguardado da história recente do país acontece na quarta-feira, dia 24. Esta é a data em que o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva será julgado em segunda instância pelo TRF-4, Tribunal instalado em Porto Alegre. Três desembargadores vão analisar o recurso impetrado pela defesa do ex-presidente, que foi condenado a 9,6 anos de prisão pelo juiz federal Sérgio Moro pela prática de crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Se a condenação for mantida Lula ficará inelegível pela Lei da Ficha Limpa, sancionada por ele mesmo em 2010, quando ainda era presidente da República. Mas o PT e o próprio Lula têm deixado claro que não vão aceitar uma nova condenação. Alegam inocência e perseguição política.
No ataque
Na noite de terça-feira (16), Lula chegou a atacar o juiz que preside o Tribunal, Thompson Flores: Disse que ele é bisneto do general que ordenou a invasão de Canudos, em Pernambuco, no final do século 19, e que provocou a morte do líder local Antônio Conselheiro.
"Talvez ele ache que eu seja cidadão de Canudos", provocou Lula. As afirmações do ex-presidente não eram verdadeiras, mas isso parece pouco importar para Lula e seu grupo político. O que interessa é criar um clima de confronto e transformar o réu em uma vítima de um processo político.
Cadeia agora, não!
De todo modo, mesmo que venha a ser condenado em segunda instância, Lula não deverá ser preso imediatamente. Seus advogados devem recorrer e dar uma sequência a uma batalha jurídica que promete ser longa. Mas a participação de Lula no processo eleitoral ficará bastante ameaçada.
Em caso de absolvição, ele poderá disputar as eleições normalmente.
