Coluna Dois

Contra o Bragantino, o pior time do Santos neste século 21

26/01/2018

O torcedor do Santos que assistiu, na Vila Belmiro ou pela TV, à partida contra o Bragantino na segunda-feira (22), deve estar assustado. Com razão. Pior que a derrota em casa foi a atuação do time. Horrível.

Verdade que é começo de temporada e os jogadores ainda estão sem ritmo de jogo. Verdade que o trabalho do treinador Jair Ventura está apenas começando. Ainda assim, assusta. A parte da frente do time é muito fraca. Do goleiro ao volante Alison, o Peixe tem um time razoável. Mas Renato, aos 38 anos; Vechio, que sabe jogar mas que se arrastou em campo no segundo tempo; Copete, com dificuldade terríveis no passe; e Artur Gomes, inexperiente, montam, talvez, o pior time do Santos neste século.

Rodrigão constitui um capítulo à parte. Tosco. O torcedor não consegue entender como um jogador visivelmente acima do peso pode vestir a camisa de titular do Santos. Lógico que o analista sempre pode queimar a língua e o atleta dar a volta por cima, desandar a fazer gols e se tornar um ídolo da torcida. No caso de Rodrigão, essa reviravolta improvável teria de começar, obrigatoriamente, por um dieta de emagrecimento rigorosa. 

Este texto está sendo escrito antes do jogo contra a Ponte Preta. Talvez algumas coisas tenham mudado.
As coisas também podem mudar com a provável chegada de Gabigol, com os retornos de Bruno Henrique, um dos melhores atacantes do Brasil no ano passado, e de Vítor Bueno, que mostrou excelente potencial antes de sofrer a lesão da qual veio se recuperando nos últimos meses, além de Eduardo Sasha, que estreou discretamente na segunda-feira.

Ainda assim, e ainda contando com a possibilidade de que alguns atletas da base se firmem no time principal – o atacante Rodrygo, de 17 anos, por exemplo, mostrou potencial no jogo contra o Bragantino, o meia Gabriel Calabrês disputou uma excelente Copinha – o Santos vai precisar qualificar o elenco com reforços para não correr riscos no Brasileiro.

E a questão é urgente, porque bem antes do Brasileiro tem a estreia na Libertadores, principal objetivo do clube e do torcedor na temporada, daqui a pouquinho mais de um mês.

Fazendo uma retrospectiva das mudanças de direção recentes, Luís Álvaro e Odílio Rodrigues receberam da Marcelo Teixeira em 2010 um time que tinha lutado dois anos seguidos contra o rebaixamento no Brasileiro. Mas que tinha também promessas como Neymar, Ganso e André.

Modesto Roma, em 2015, apesar da perda de atletas como Dracena e Arouca por atraso de salários, recebeu um time montado e que foi bem complementado com apenas duas contratações bem feitas: Vanderlei e Ricardo Oliveira. 

José Carlos Peres recebeu como legado de Modesto Roma um time bem mais enfraquecido que os outros: precisa trabalhar bem, e rápido, para dar ao treinador  Jair Ventura boas opções e não se desgastar com a torcida já no início da gestão. 

 
Fábrica de laterais esquerdos

Nesta semana foi encaminhada a transferência de Emerson Palmieri da Roma italiana para o inglês Chelsea. A negociação, na casa de 20 milhões de euros, pode render ao Santos, como clube formador, R$ 2 milhões.
Palmieri é um dos muitos laterais esquerdos revelados no Santos nos últimos anos e que vingaram em clubes estrangeiros ou da Série A do Brasileiro: Thiago Carleto, Carlinhos, Gustavo Neri, Zeca… Alex Sandro, titular da Juventus de Turim, não foi revelado, mas sim lançado pelo Santos. Nessa posição, Caju ainda não se firmou e pode ser atropelado por outra promessa do time que disputou a Copa SP: Rhuan, de 17 anos, e já profissionalizado.