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Alckmin enfrenta problemas internos na briga pela Presidência da República

10/02/2018

Os últimos tempos revelam que não será fácil a caminhada do governador Geraldo Alckmin ao Palácio do Planalto, um sonho acalentado pelo cacique tucano. Patinando nas pesquisas, o governador do estado mais rico da federação enfrenta também resistências e traições no ninho tucano. E elas vêm de onde ele menos esperava. Aos fatos:

Na pavimentação de seu caminho ao Planalto, Alckmin lançou o novato em política João Doria para disputar a prefeitura da maior cidade brasileira. Poucos acreditavam que Doria, um empresário com atuação discreta nos meios de comunicação, mas desconhecido do grande público, pudesse ter chance.

 

A noiva que trai na lua de mel

Com o apoio de Alckmin, Doria não só foi eleito, como ganhou a eleição em primeiro turno, fato até então inédito. Foi quando começou o calvário de Alckmin. Nem bem sentou na cadeira, Doria já incentivava aliados a lançar seu nome como candidato do PSDB à presidência da República. Se comportava como a noiva que trai o marido em plena lua de mel…

Inviabilizada sua candidatura à presidência, Doria agora quer ser candidato a governador, atrapalhando mais uma vez os planos do padrinho, que deseja um palanque único em São Paulo. A ideia de Alckmin era apoiar seu vice, Márcio França, que assume o governo do Estado no dia 7 de abril e já anunciou que será candidato à reeleição.

Doria se mostrou a criatura que se voltou contra o criador, mas os problemas de Geraldo Alckmin não se limitam a ele. Durante a semana, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, presidente de honra do PSDB, rasgou elogios ao apresentador Luciano Huck e o estimulou a entrar na corrida presidencial.

Enfim, com amigos como Doria e FHC, Geraldo Alckmin definitivamente não precisa de inimigos.
 

Egos inflados

Ainda que consiga contornar os problemas internos no PSDB, Geraldo Alckmin precisará conquistar apoios fora de São Paulo. A proposta é apresentá-lo como um candidato de centro, com capacidade de gerenciar crises e promover o desenvolvimento do país, com justiça social. 

Hoje o eleitorado está dividido entre dois extremos: a esquerda, com Lula, que deverá ter sua candidatura barrada pela Lei da Ficha Limpa, e a direita, com Jair Bolsonaro e seu discurso radical.

Mas para mostrar que é a melhor opção entre dois extremos, Alckmin terá, primeiro, de superar traições e convencer o ninho tucano. Uma missão cada vez mais difícil tamanho o ego de seus caciques.