Simplesmente Vinho

Espumantes e champanhes rosé

10/02/2018

Enoleitores,
É preciso primeiro entender essa diferença: para se chamar champanhe o vinho espumante tem que pertencer à região de mesmo nome e ser elaborado dentro das normas obrigatórias locais, ou seja, pelo método “champenoise”, conhecido como “clássico” ou “tradicional”. Isso significa que, se você ler esses nomes acima num rótulo, verá que ele foi elaborado como o verdadeiro champanhe.

Os espumantes em geral, que a cada ano estão melhores, costumam ser vinificados pelo método “charmat”, muito mais rápido e fácil, ajudando a diminuir o custo final do produto. Neste estilo, a vinificação costuma ser feita  em grandes tanques de inox, em contato com as cascas de uva tinta (geralmente a pinot noir) e hermeticamente fechados, contendo assim todo o gás produzido na fermentação do espumante. 

O resultado é uma espuma de boa qualidade, espumantes leves e frutados, para serem bebidos jovens. Dentre estes, incluo muitos espumantes nacionais, entre eles o Chandon brasileiro, e também o Chandon argentino, espumantes diversos chilenos, sul africanos, americanos e, o mais famoso deles, o prosecco italiano.

Os vinhos frisantes, como o famoso Lambrusco, não se incluem neste método, pois sua vinificação é diferente, já que o gás não é natural, mas injetado.

Todos os champanhes e os espumantes vinificados pelo método tradicional  são elaborados pelo mesmo sistema que os champanhes, tornando-os mais sofisticados e complexos com uma boa estrutura na boca e longevidade. Incluem-se entre estes as cavas espanholas, a franciacorta italiana e até mesmo alguns nacionais, como o Miolo Brut, a Cave Geisse Brut e Casa Valduga Brut, entre outros. Neste tipo de vinificação, as uvas são utilizadas sem as cascas e pode-se adicionar um pouco de vinho tinto no final, desde que seja pinot noir. 

Este método de vinificação é artesanal, longo e trabalhoso. A vinificação ocorre na própria garrafa. Entre as muitas, destaco, a champanhe Krug brut rosé, a Billecart – Salmon Brut rosé, a Moet Chandon Brut rosé, Taittinger Brut rosé. Com certeza, nos proporcionam muito prazer e sempre presentes em momentos de celebração.

Podemos servir tanto os espumantes Brut (seco) do método charmat, como os clássicos, porém precisamos saber a diferença de estrutura e sabor.  Os primeiros, por serem mais leves e frutados, vão muito bem para brindar sem comidas ou serem bebidos de dia no verão, na piscina, na praia, ou ainda  acompanhando uma refeição leve, pizza, crepes…

Os tradicionais acompanham bem os coquetéis, assim como muitos pratos mais elaborados. No curso de sommelier, aprendemos a combinar com a feijoada, pois sua acidez harmoniza com a gordura do prato, facilitando a digestão. Confesso que já testei e realmente me senti leve, não parecia ter comido feijoada. Faça o teste, mesmo ficando estranho para o brasileiro, acostumado à caipirinha.

Já os meio-doce, chamados demi-sec ou doux, são servidas para combinar com sobremesas, doces e o famoso bolo com champanhe. Às vezes, servimos para acompanhar uma entrada que precise do frescor do espumante, aliada à doçura do alimento.

Usem e abusem da versatilidade dos espumantes e champanhes rosés para se refrescar no verão. Assim, cada um vai descobrindo qual lhe traz mais prazer! Enoabraços e uma ótima semana a todos!