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Amar o outro

03/03/2018

Eles se encontram em toda parte. Nós os vemos pelas ruas, andando devagar, esperando que o sinaleiro indique a sua possibilidade de atravessar de um lado para o outro.
Nós os vemos nos jardins da praia, observando a criançada brincar. Ou jogando damas nas mesas de pedra. Ou simplesmente aproveitando o sol da manhã.

Muitas vezes se fazem acompanhar da bengala, para melhor apoio.
Estão nos cinemas, nos teatros, nos supermercados, em filas especiais.
São os idosos, cuja população aumenta, em todo mundo, graças às pesquisas médicas, de medicamentos que previnem ou retardam o aparecimento de certas enfermidades ou atenuam as suas manifestações.

As descobertas na área terapêutica aumentam a longevidade humana para além do limite que calculamos.
Se isso é louvável, nesse intuito de permitir que as pessoas fiquem mais anos conosco, dando-nos do seu saber, da sua companhia, há um item que não podemos esquecer: a qualidade de vida de cada um deles.
E dessa qualidade de vida o item mais importante se chama afeto.

Para todos aqueles que desfrutam da ventura de terem amores que os amparem, tudo vai muito bem.
Contudo, temos assistido a muita solidão. Viúvos e viúvas que andam sós, vivem sós.

E precisam carregar um corpo que nem sempre lhes obedece à vontade. Enquanto suas mentes saltitam, eles têm pernas que não se movem com a velocidade da juventude.

Ademais, precisam conviver com a presença constante das ausências de tantos amigos, companheiros, familiares que já partiram.

Precisam dar conta de sua própria vida: ir ao mercado, ao banco, providenciar a alimentação. Precisam lembrar do remédio a tomar, na dose e na hora certa.
Tanto a fazer. Nem sempre de forma fácil.

Por isso, o que aconteceu com aquele idoso no caixa do supermercado mereceu a atenção do consumidor que estava atrás dele, na fila, e relatou a cena.
Ele viu o senhor retirar moedas do bolso para fazer o pagamento das suas compras.
Suas mãos tremiam. Ele estava confuso e não conseguia contar o dinheiro. Ansioso, disse à atendente do caixa: -Desculpe, sinto muito.

Exatamente nesse momento a funcionária tocou-lhe as mãos e falou: 
-Isso não é um problema, querido. Contaremos o dinheiro juntos.
E começou a contar as moedas. Quando a contagem foi concluída, o pagamento realizado, o velho senhor apanhou suas compras e seguiu seu caminho.

O senhor Carlos, o cliente seguinte, elogiou o comportamento da atendente e agradeceu pela paciência que ela tivera com o idoso.
A resposta que recebeu foi rápida e franca: -O senhor não deveria me agradecer. O que está errado no mundo é que nos esquecemos como é amar o outro.
 

[com base na Redação do Momento Espírita]

Amar o outro. Exatamente como nos lecionou o Mestre da Galileia, há milênios: 
“Amar ao próximo como a nós mesmos. Amar ao nosso irmão”.

No entanto, para amar o outro é preciso que nos demos conta de que ele existe, de que caminha ao nosso lado, de que tem necessidades. Enfim, que podemos e devemos estender a mão, o olhar, o auxílio; que devemos nos preocupar com ele.

Neste momento, olhemos para quem segue ao nosso lado em casa, na rua, no estabelecimento comercial, onde estejamos. Talvez descubramos alguém necessitado. Alguém que simplesmente espera nosso: 
-Olá, como vai? Precisa de alguma ajuda?
Façamos isso… hoje… agora.

PAZ, SAÚDE E PROSPERIDADE !