Em Off

Márcio França tem só 3,5chr37 na pesquisa e comemora. Saiba porquê

03/03/2018

Pode um político ficar contente por obter apenas 3,5% das intenções de voto, em uma pesquisa eleitoral, quando seus adversários têm 19% e até 30%? Se estivemos falando do vice-governador Márcio França (PSB), pode sim!

França vai assumir o Governo do Estado quando o titular do cargo, Geraldo Alckmin, renunciar para disputar a Presidência da República, e já anunciou que deseja permanecer no Palácio dos Bandeirantes até 2022. Político experiente, ele analisa diversos outros resultados da pesquisa do Instituto Paraná Pesquisas divulgados esta semana, e não apenas as intenções de voto.

Na sua avaliação, uma pesquisa eleitoral neste momento, a sete meses da eleição, não indica voto consolidado, mas sim o nível de conhecimento do candidato. E chama a atenção para outros aspectos do levantamento.

 

Desconhecido
A pesquisa revelou que 92,5% dos entrevistados não sabem quem é o atual vice-governador de São Paulo e, mesmo assim, França obteve intenções de voto que variam de 2,2% a 5,3%, dependendo de quais candidatos são incluídos na disputa. “Quando for conhecido por mais gente, terei mais intenções de voto”, avalia.

França acrescenta que obtém 3,5% no cenário mais provável – com Dória, Paulo Skaf (MDB), Luiz Marinho (PT), Rodrigo Garcia (DEM), ele e Carlos Gianazzi (PSOL) — “o que representa 63% de aprovação”.

Por outro lado, o prefeito de São Paulo, que é conhecido por 95,2% dos consultados, tem um índice de rejeição considerável: 31,9% não votariam nele para governador “de jeito nenhum”.

 

O custo da renúncia
O levantamento indica também 42,5% avaliam que o Estado de São Paulo mais perde do que ganha caso Dória deixe a Prefeitura paulistana para ser governador. Para França, este aspecto terá muita importância na campanha. “Ele prometeu várias vezes que iria 'prefeitar' até o fim. O eleitor vai se lembrar disso”, declara.

 

Paulada todos os dias
Uma pequena prova disso foi a manifestação do jornalista José Paulo de Andrade, que comanda o programa “O Pulo do gato”, na Rádio Bandeirantes: “Se ele sair da Prefeitura ele vai levar paulada minha todos os dias, porque foi eleito para quatro anos e não um ano e quatro meses. Parece que não gostou muito, quer alçar voos mais altos, como se não fosse importante ser prefeito da maior cidade do Brasil e uma das maiores do mundo”, disse.

“E não vem com esta histórica de gestor, porque serviu só para elegê-lo. Na verdade ele se mostra como um político igual todos os outros, oportunista”, completou. 

José Paulo de Andrade critica sistematicamente a gestão de Dória à frente da Prefeitura, pois considera que ela é calcada apenas em ações de marketing, e não resultados concretos.

José Paulo não é um jornalista qualquer. Um dos mais experientes e respeitados profissionais do setor, há décadas tem uma verdadeira legião de amiradores. Sua palavra pesa.

 

Costurando apoios
Discretamente, Márcio França vem costurando apoios políticos importantes. Esta semana, recebeu o apoio formal de 50 prefeitos filiados ao MDB e vem mantendo diálogo com dois pré-candidatos ao Governo do Estado: Celso Russomano (PRB), que apesar de ser bem lembrado nas pesquisas pretende se reeleger deputado federal, e Paulo Skaf (MDB), que admitiria desistir de ser governador para disputar uma cadeira no Senado.