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Estão tentando matar de novo Marielle, a mulher invisível

17/03/2018

A grande maioria dos brasileiros só ficou sabendo que a vereadora Marielle Franco (PSOL) existia após as notícias de sua bárbara execução. E isso diz muito sobre o país: não se conhecia porque  praticamente se ignora as causas defendidas por ela e se menospreza sua importância: para muitos, é vitimização, mimimi…

Violências contra as mulheres, os negros, os pobres eram denunciados com coragem pela jovem militante, ela mesma uma sobrevivente num cenário em que sua trajetória pessoal tinha tudo para dar errado. 

Defendia a discussão de temas que, infelizmente, uma parcela significativa da sociedade insiste em minimizar a importância e trata como se fossem fenômenos da natureza, sobre os quais não temos qualquer capacidade de ação. 

Marielle também criticava a corrupção policial, a truculência de quem pensa que todo pobre é bandido, de quem crê que pode fazer justiça com as próprias mãos. Diferente do que alguns espalham, ela também amparava a família de policiais assassinados e cobrava a apuração dos casos.

A situação fica ainda pior quando setores mais reacionários da sociedade tentam assassinar Marielle mais uma vez. Buscam destruir sua reputação, atribuindo ideias absurdas, como a de que ela “defendia bandidos”.
Infelizmente, há ainda quem considera que “direitos humanos” é o “direito dos manos”. Têm esta visão por pura ignorância ou (pior) má fé. Ignorância por não procurarem os fatos ou, pior, não entenderem o que leem e veem. Má fé porque sabem perfeitamente que defender “direitos humanos” é combater arbitrariedades — e é justamente isso que os contraria.

A execução de Marielle indica a tentativa de acabar com ideias e enviar recados às autoridades de plantão.
Cabe à sociedade decidir como vai reagir a estes ataques. É isso que definirá o país que queremos, como deseja saber a Rede Globo…