Logo na entrada da academia Team Amatha, o brilho dos troféus conquistados pelos alunos invade os olhos de quem passa. No andar de cima uma sala com paredes e tatame escuros. Mais a frente, um octógono e um ringue. O som dos golpes do jovem lutador Felipe Lobo ecoa pela sala. Há seis anos, ele tem o sonho de ser reconhecido mundialmente no esporte.
Tudo começou quando Felipe ainda era adolescente. O primo (e treinador), Rodrigo Amatha, o convenceu a fazer aulas na mesma academia. “Eu comecei a freqüentar e fui gostando. Nós formamos uma equipe boa. Eu me aprimorei e gostei cada vez mais”.
Mas viver do esporte não é tão simples. “O Muay Thai não é tão conhecido e valorizado como o MMA, por exemplo. Mas vem crescendo. É difícil, nós temos que buscar patrocínio e ajuda da academia, mas não podemos desistir”, comenta.
A rotina é dura. São seis horas diárias de treino, além de manter a alimentação regrada e descansar o quanto for necessário. Mas tudo vale a pena para conquistar mais e mais títulos. Em sua trajetória coleciona 18 lutas, tendo vencido 16 delas.
Um dos prêmios mais importantes foi o cinturão interino (63 kg) 2017, no Portuários Stadium. As cicatrizes em seu rosto contam parte de sua história. Felipe conta com patrocinador e o apoio da família.
Amatha dá a dica para os atletas iniciantes. "Para ser atleta no Brasil tem que ser profissional. Enquanto ele não tiver essa mentalidade, ele não consegue vingar num esporte de contato. Profissionalismo leva ao sucesso".
Para Felipe, seguir essas orientações está dando resultados. Na próxima quarta-feira (21), ele embarca para a Tailândia, a terra natal do Muay Thai. “Minha expectativa é treinar e me aprimorar mais lá. Ser campeão, que é o principal. E, quem sabe, ficar no MMA. É um objetivo que eu tenho, mas o foco agora é o Muay Thai", destaca.
A luta está marcada para o dia 25. Rodrigo Amantha explica que são oito atletas competindo em um único round, que dura cinco minutos, por luta. Para sair campeão, o lutador faz três combates.
Team Amantha – Anteriormente, a academia ficava na Avenida Prefeito José Monteiro, mas o espaço ficou pequeno e foi transferido para a Avenida Antônio Emmerich, 760, na Vila Melo. Para quem acha que existe idade para lutar, se engana. O local treina desde crianças até a terceira idade.
Os troféus dos alunos já não cabem no balcão da entrada. Guardados temporariamente em caixas, Amantha pretende exibi-los no andar de cima.
