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Jogando a peneira

31/03/2018

Cinco discípulos viajaram por muitos dias para receberem os ensinamentos de um famoso Mestre a respeito de vida.

–A Vida é uma peneira cheia de água.
Ouviram o Mestre mansamente dizer já no seu primeiro encontro. Muito confusos e até decepcionados com esse ensinamento, arriscaram uma pergunta:
–E o que deveremos fazer para vivermos intensamente e sem restrições?
–Ora, é muito simples: encham as suas peneiras de água, respondeu-lhes o Mestre em tom categórico. 
Dois deles, visivelmente insatisfeitos com o Mestre, decidiram partir imediatamente, lamentando terem vindo de tão longe para ouvirem tamanha baboseira.

Outros dois também regressaram logo, convictos de que havia um significado oculto nas palavras do Mestre, que eles deveriam descobrir através de um pormenorizado estudo dos Textos Sagrados. Apenas um deles resolveu por em prática o ensinamento do Mestre.

Apanhou, pois, uma peneira e foi para a beira do rio, onde, pacientemente, hora após hora, dia após dia, tentou de todas as maneiras enchê-la de água, como o mestre havia recomendado.

Reconhecendo o esforço e a humildade do discípulo, o Mestre aproximou-se dele e tomando a peneira da sua mão, disse:
–Apanhando um pouquinho de água de cada vez e despejando dentro da peneira, você nunca conseguirá enchê-la de água.

E num gesto rápido, lançou a peneira na correnteza do rio. Ao ver sua peneira encher-se de água sem parar, num caudaloso, regular, intenso, infinito e contínuo movimento, constatou que para viver a vida intensamente é preciso que se entregue à ela, por inteiro.

[autoria desconhecida]

É necessário render-se ao aqui e agora, sem os conflitos de certo e errado, bom e mau, ou seja, lá do que for. 

Inútil tentar fugir ou buscar significados ocultos para os fatos da vida. 
Só mergulhando nela poderemos saber o que a vida é e desfrutá-la integralmente, sem julgamentos de qualquer espécie. 

Por desatenção ao presente, o que se percebe da vida e consequentemente dela recebemos são apenas migalhas, gotículas insignificantes que passam sem deixar sequelas, lances esparsos e não raro confusos do que está ocorrendo dentro e fora de nós.

Enquanto isso, a vida não para de passar, conosco ausentes ou presentes. 
Daí brota a incômoda sensação de que algo está sempre nos faltando, de que a nossa peneira continua vazia, a despeito de todos os nossos humildes, resignados e constantes esforços.
De que vale a vida se nada fizermos para a viver? 

De que valem os sonhos se nada fizermos para os concretizar? Pouco ou nada! 
Então é simples, não se deixe dominar pelo medo, nunca, seja ele o medo do fracasso, medo de sofrer, medo de perder, seja ele qual for, confronte esse medo que tudo e a todos paralisa e vá à luta.

No final tudo se resume ao que foi feito, tenha dado certo ou não, o que realmente importa é tentar nunca desistir e ter a paz de uma consciência limpa. 

O que importa é viver a vida, cada um a sua vida.

Como significou a mensagem do Mestre: “é fundamental jogar a sua peneira na correnteza do rio”. 

Finalizando e, parafraseando o cantor Lulu Santos: “Vamos viver tudo o que há para viver. Vamos nos permitir”.

PAZ, SAÚDE E PROSPERIDADE !