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Acne ou espinha

24/03/2018

A acne ou espinha é um problema dermatológico causado por vários fatores. Um elemento que passou a ser considerado mais recentemente é o papel do açúcar como elemento deflagrador. Uma dieta com carboidratos simples de fácil absorção, como o açúcar comum, aumenta a tendência à produção da acne. Além disso, o tipo de gordura ingerida também pode aumentar a incidência da acne. E também a presença de bactérias típicas da pele.

Alguns medicamentos também podem induzir o aparecimento da acne, como corticosteroide, fenitoina (usado como antiepilético) ou mesmo vitaminas como a B2, B6 ou B12. Os hormônios androgênicos (danazol, testosterona) também induzem a acne pelo próprio processo da doença. As dietas com alto índice glicêmico, devido a ingestão de açúcar comum, irão aumentar a quantidade de insulina que aumentam a quantidade de hormônios androgênicos. Esses induzem a formação do cravo (comedão) que infectado pela bactéria se inflama, formando a espinha. As mulheres que sofrem de ovário policístico também têm aumento desse tipo de hormônio e por isso mais espinhas. 

A terapia da acne deve se dar na proporção de sua gravidade. Considerando-se que a qualidade da alimentação é um fator desencadeante, modificá-la tem de ser prioridade independentemente do uso de medicamentos. Porém, em sua condição mais grave com lesões evidentes na pele, o uso de medicamentos mais potentes deve ser considerado. Dentre esses medicamentos, a isotretinoina é o medicamento de escolha. Ela faz parte de um conjunto de substâncias relacionadas à vitamina A. Reduz a secreção de sebo (gordura), diminui a condição inflamatória provocada pela bactéria Propionibacterium acne, causadora da espinha, assim como controla a proliferação do microrganismo. 

Mas seu uso tem de ser muito bem controlado pelas mulheres, por ser altamente teratogênica, quando administrada no primeiro trimestre de gestação ou até quatro meses antes. Teratogênese é o fenômeno produzido por certas substâncias que conseguem atravessar a barreira placentária e atingir o feto alterando o processo natural de divisão celular. A substância pode matar um conjunto de células ou alterar o padrão de divisão celular. Nos três primeiros meses, no processo de diferenciação, os órgãos estão sendo formados e a morte de células poderá produzir malformações ou aborto espontâneo.

Devido ao risco ao feto, a isotretinoina pela via oral deve ser usada apenas em casos mais graves. Mesmo quando a opção é um tratamento tópico com retinoides, como a tretinoina, esses são contraindicados na gravidez e na amamentação. As mulheres em idade fértil devem utilizar métodos contraceptivos eficazes. Além disso, esses medicamentos tópicos podem ser irritantes e, portanto, devem ser iniciados em baixas concentrações.

Se ainda tiver dúvidas, encaminhe sua dúvida para o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da Unisantos. O contato pode ser pelo e-mail [email protected] ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002.