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Sobre leis e bananas

07/04/2018

A prisão do ex-presidente Lula, determinada pela Justiça, é mais que um teste para a ainda jovem democracia brasileira. As consequências desta decisão mostrarão se o Brasil é um país que pretende fazer parte do mundo civilizado ou se prefere, de fato, ser incluído entre as chamadas “Repúblicas de bananas”.

A prisão de Lula não pode ser vista de forma isolada. Não é à toa que o mundo político está em pânico com a decisão do Judiciário. Centenas de parlamentares, ministros e até o atual presidente ou respondem a processos ou estão sendo investigados por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

Se Lula, o maior líder popular da história recente do país, pode ser preso, não haverá mais salvo-conduto nem habeas-corpus que livrem do xilindró políticos que há anos vem saqueando o país.

Em 2016, o ministro do STF, Gilmar Mendes, ao defender a prisão de condenados após segunda instância, afirmou; “Não há no mundo civilizado lugar onde condenado em segunda instância não vá para a cadeia”. 

Naquela ocasião, o PT comandava o país.  Gilmar mudou de opinião quando seu amigo Temer chegou ao poder e as denúncias da Operação Lava Jato atingiram poderosos de vários partidos políticos e conhecidos empresários. Coincidência? 

Luiz Inácio, ou Lula, como prefere ser chamado, terá de pagar por seus crimes. Mas será um escárnio, um deboche e mais que isso, uma afronta às pessoas de bem, se as leis forem mudadas apenas para salvar as quadrilhas que habitam Brasília e que, diariamente, saqueiam o país. 

Os desdobramentos do episódio Lula, portanto, serão decisivos para o futuro do Brasil.