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Conhecer para melhor usar

07/04/2018

É sabido que o conhecimento específico em saúde é muito importante para a condução de suas práticas, sejam elas preventivas ou curativas. Um conceito muito estudado nos últimos dez anos é o da literacia em saúde, o qual consiste na capacidade de obter, processar e interpretar informações básicas em saúde para tomar decisões adequadas. Alguns estudos mostram que quanto menos se entende sobre sua saúde ou quadro de doença, maior o risco de agravar o problema, levando a um número maior de internações.

Estima-se que se gaste mais de dois bilhões de euros com doenças previníveis, daí a importância de um pleno entendimento de boas práticas em saúde. Pesquisadores portugueses concluíram que os textos disponibilizados na internet, em português, são mais complexos que a capacidade de entendimento da maioria dos cidadãos. Isso é importante porque acredita-se que mais de 80% das pesquisas eletrônicas, por leigos, é sobre saúde.

A literacia em saúde significa mais do que apenas entender o texto escrito, mas usar seu conteúdo de forma a modificar o estilo de vida. No que se refere aos medicamentos, não ter conhecimento pleno sobre eles pode provocar erros na medicação, como doses inadequadas, forma incorreta de administração e baixa adesão a terapêutica. 

Para o uso correto dos medicamentos é necessário saber claramente alguns tópicos, como: para que serve o medicamento; como e quando usar; durante quanto tempo usar; quais os efeitos adversos ou riscos associados, e o que fazer se surgirem; qual o efeito sobre a condução de veículos ou máquinas; que alimentos, bebidas, outros medicamentos ou atividades devem ser evitados; e o que fazer em caso de esquecimento de tomada.

Essas informações precisam ser expostas de maneira simples e confiável, tanto pelo médico, quanto pelo farmacêutico. É direito do cidadão ter esse conhecimento. E essas informações precisam ser transmitidas oralmente e por escrito. É preciso “Conhecer para melhor usar”. Além disso, literacia em saúde também é compreender a doença que aflige o usuário do medicamento. Quais são suas possíveis causas? Existem práticas que podem controla-las melhor? Qual a progressão esperada para a doença?

Infelizmente, em paralelo ao fato da população brasileira em geral ter um déficit educacional muito grande, se lê pouco em nosso país. A leitura de toda ordem é fundamental para facilitar a literacia em saúde. Esse déficit educacional também proporciona baixo nível de crítica, o que expõe a sociedade a um conjunto de informações erradas que, ao contrário de ensinar, confundem o cidadão e os fazem seguir caminho piores em termos de saúde.

Se ainda tiver dúvidas, encaminhe sua dúvida para o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da Unisantos. O contato pode ser pelo e-mail [email protected] ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002.