Coluna Dois

Brasileiro começa com os quatro grandes paulistas avaliados entre os 10 melhores

14/04/2018

O Campeonato Brasileiro começa neste final de semana. Para o torcedor, que acompanhou pela TV nas duas últimas semanas as quartas de finais da Champions League e comparou com as finais dos campeonatos estaduais, a largada não traz grandes ilusões. O futebol brasileiro, que já foi top do mundo entre as décadas de 50 e 70, ficou muito para trás.

No confronto entre Barcelona e Roma, vencido pelos italianos, 8 gols em dois jogos. Emoção de sobra e nenhuma briga. Real Madrid e Juventus de Turim, disputa vencida pelos espanhóis, teve 7 gols em dois jogos, emoção e uma única discussão que resultou na expulsão do goleiro Buffon pela marcação, no finalzinho, de um pênalti pra lá de discutível que eliminou os italianos.  

Palmeiras e Corinthians enquanto isso fizeram uma final com muitas brigas dentro e fora de campo, pouquíssima emoção e apenas dois gols em dois jogos. 

O Brasileiro, desde que passou a ser disputado em pontos corridos, em 2003, se tornou a competição mais organizada e atraente do futebol do país. Fica devendo muito a campeonatos como o inglês, o alemão, o espanhol, mas se sustenta pelas rivalidades e sempre apresenta a perspectiva do surgimento de novos craques.

Os quatro grandes paulistas têm os elencos avaliados entre os dez melhores do Brasileiro.

O Palmeiras, apontado como o melhor elenco do país, estreia pressionado pela derrota em casa na final do Paulista para o Corinthians e pelo empate também em casa contra o Boca Juniors, na quarta-feira pela Libertadores. Tem bons jogadores e reservas em todas as posições. Mas parece estar cometendo o mesmo erro do ano passado: o treinador Roger Machado, como também aconteceu com Eduardo Baptista em 2017, parece ter dificuldade para lidar com uma pluralidade de egos inflados como os de Lucas Limas, Felipe Mello, Dudu e Cia Ltda. Mais alguns resultados ruins e Roger vai estar ameaçado. A estreia vai ser na segunda-feira, fora de casa contra o Botafogo, às 20h. 

O Corinthians, colocado pelos comentaristas como quarto elenco, atrás também de Grêmio e Cruzeiro, tem deficiências sérias principalmente no ataque. O título paulista amenizou o peso de derrotas preocupantes para Bragantino, São Paulo e o próprio Palmeiras, em casa, nos mata-matas. Ao contrário do Palmeiras, a vantagem corintiana está justamente no treinador, vencedor de três títulos desde o início do ano passado e que já deu mostras de conseguir extrair o máximo do elenco que tem nas mãos. Mas o Brasileiro vai exigir muito mais desse elenco. O Corinthians precisa contratar. Estreia em casa contra o Fluminense no domingo às 16h.

O Santos está ranqueado em sexto lugar entre os 20 participantes. Atrás do Flamengo. Veio formatando o grupo de jogadores durante o Paulista e a fase de grupos da Libertadores. O treinador Jair Ventura recheou o time com jovens atletas formados na base, acertou em cheio nas indicações de contratações como as de Eduardo Sasha e Dodô e nas liberações de Rodrigão, do zagueiro Cléber, do volante Leandro Donizete e de outros. Se a direção do clube cumprir a promessa desta semana de contratar um primeiro e um segundo volantes, um meia e um atacante de área, o Peixe pode subir nesse ranking e surpreender tanto na Libertadores como no Brasileiro. 

Em campo, o time já surpreendeu positivamente. Mesmo com carência dramática de jogadores de meio campo, fez uma semifinal equilibradíssima com o bicho-papão Palmeiras e lidera o grupo na Libertadores. Fora de campo, a direção de José Carlos Peres coleciona trapalhadas e promessas não-cumpridas. Isso pode atrapalhar. A estreia é neste sábado, no Pacaembu, contra o Ceará, às 21h.

O São Paulo está avaliado como o oitavo melhor elenco do Campeonato que vai começar, atrás do Galo Mineiro. Trocou o treinador que fez o planejamento da temporada, Dorival Junior, pelo uruguaio Diego Aguirre e passou a ser uma incógnita. A chegada de alguns veteranos como Nenê e Diego Souza dificultou o acesso de algumas promessas da base ao time de cima. Outros jogadores promissores foram negociados precocemente e o clube não tem mais nem vestígios na direção atual do profissionalismo e do planejamento competente das décadas de 90 e passada. O São Paulo estreia segunda-feira às 20h em casa contra o Paraná e contra a enorme desconfiança do torcedor.