Santos

Pesquisadores fazem levantamento sobre barreiras na Ponta da Praia

20/04/2018

Pesquisadores da Unicamp realizaram, nesta quinta-feira (19), o primeiro levantamento topográfico na Ponta da Praia após a implantação da barreira submersa, cuja construção foi concluída na última semana. O relevo desde a mureta até o local dos bags, entre o canal 6 e a Rua Afonso Celso de Paula Lima, foi medido em cerca de 800 pontos. Os dados serão comparados com os números obtidos em fevereiro, antes da construção da estrutura.

 

Esse monitoramento será realizado a cada dois meses e também sempre que houver algum evento de ressaca muito forte. Segundo o professor da Unicamp e um dos autores do projeto piloto, Tiago Zenker, com esses levantamentos frequentes será possível avaliar a eficiência da obra.  

 

“Para realizarmos este trabalho, temos que aproveitar o período em que a maré está mais baixa. Por isso, começamos hoje (quinta-feira, 19) bem cedo”, explicou Tiago. O pesquisador da National Oceanic and Atmospheric Administration/Universidade de Maryland, dos EUA, Ricardo Martins Campos, que participa voluntariamente do projeto piloto, também acompanhou a ação.

 

Antes de comparar as informações de fevereiro com os novos dados, a área entre o canal 6 e o canal 4 também será medida. “Já deu para perceber que acumulou areia em cima dos tapetes (que ficam na base dos bags). A gente tem que avaliar a evolução disso. Quanto de areia que a barreira vai conseguir segurar”.

 

Como a Prefeitura vai continuar levando por caminhões areia da região do canal 2 para a Ponta da Praia, o Município enviará aos pesquisadores relatórios constantes informando quanto e em quais trechos está depositando este sedimento. A informação, segundo Tiago, servirá para avaliar quanto a praia engordou de forma mecânica (com a areia transportada por caminhões) e de forma natural (com o sedimento acumulado por causa da barreira).

 

Ressacas
O projeto piloto é uma barreira submersa construída com 49 sacos preenchidos com areia da própria praia, para minimizar os efeitos das ressacas e diminuir o processo erosivo. Tiago Zenker reforçou que a estrutura vai reduzir a energia das ondas, “mas se vier uma ressaca maior agora no início, a obra sozinha não será capaz de evitar que a água invada a avenida. Somente quando acumular areia e o perfil praial for recuperado, é que a onda vai arrebentar mais distante". 

 

A recuperação da faixa de areia deve ocorrer em cinco anos. “Mas a gente espera ver mudanças significativas já em um ano”, explicou.