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Jogo aberto

12/05/2018

A saída do ex-ministro do STF, Joaquim Barbosa, da corrida presidencial produz ainda mais incerteza sobre um pleito de grande importância para o futuro do Brasil. Barbosa tinha cerca de 10% de intenção de voto mesmo sem ainda ter lançado seu nome e era apontado como um candidato forte à sucessão de Michel Temer.

Eleição presidencial costuma ser um jogo pesado por conta dos interesses que estão na disputa. O poder de um presidente no Brasil é imenso e a capacidade de governar depende do relacionamento com o Congresso. Infelizmente esse tipo de relacionamento se transformou em "negociata"; os interesses dos parlamentares, com poucas exceções, sempre estão acima dos interesses da Nação.

Um olhar isento sobre o Congresso mostra centenas de parlamentares indiciados ou investigados pelos mais variados crimes – e quase todos eles têm conseguido se safar por conta do tal "foro privilegiado". Tudo isso explica porque o Brasil passa por uma crise econômica e moral sem precedentes.

O mais grave talvez não seja a roubalheira desenfreada comandada por políticos e empresários corruptos, mas a sensação de que o Brasil abdicou do direito de ser uma grande Nação. A esperança se esvai e parcela considerável do eleitorado afirma que pretende votar num condenado por corrupção e lavagem de dinheiro que encontra-se preso. Há algo de muito estranho quando se joga na lata de lixo valores morais essenciais para a formação do caráter de um cidadão.

Sem Lula e sem Joaquim Barbosa na eleição presidencial, o pleito está totalmente aberto. Na campanha saberemos o que pensam os candidatos – e são muitos – e, principalmente, o que deseja a maioria do eleitorado:  se um candidato radical, de direita ou de esquerda, ou um representante do chamado centro político.

A disputa promete muitas emoções.