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Novas opções para a enxaqueca

21/05/2018

A FDA, órgão regulatório americano, aprovou em 17/05/2018, um medicamento com uma nova substância para ser usado como preventivo em pessoas que sofrem de enxaqueca. É uma nova abordagem que utiliza uma substância biológica, anticorpos monoclonais, contra uma substância endógena (produzida naturalmente pelo corpo), que, quando em excesso é capaz de produzir a crise de cefaleia. Esse medicamento, provavelmente, será seguido em breve por outras substâncias similares que já estão em estudo.

A enxaqueca é uma condição crônica em que há crises constantes de cefaleia, com intensidade variável. O porquê dessa dor de cabeça constante não bem esclarecido, porém se sabe que algumas substâncias endógenas, como o Peptídeo Relacionado com Gene de Calcitonina (CGRP), promovem a dilatação de vasos sanguíneos na cabeça gerando uma condição inflamatória e daí o processo doloroso. A liberação do CGRP possivelmente é disparada devido a hiperestimulação do nervo do trigêmeo, condição transmitida geneticamente. Por isso, é comum que mais de um membro da família tenha enxaqueca.

O novo medicamento a base de erenumabe é um anticorpo monoclonal que atua contra o local de ação do CGRP, seus receptores. Os anticorpos monoclonais são obtidos por biotecnologia em que se seleciona e se isola células vivas capazes de produzir um anticorpo específico. Enquanto o erenumabe age contra os receptores, outras substâncias agem contra o CGRP em si. Nesse caso ainda estão em teste as substâncias eptinezumabe, fremanezumabe e galcanezumabe.

A aprovação do medicamento a base de erenumabe se deu após três ensaios clínicos, em que se testaram o medicamento em pessoas acometidas pela doença em questão. Mais de duas mil pessoas utilizaram o medicamento e o resultados foi o de reduzir o número de dias de acometimento da enxaqueca por mês, mas não a extinguir totalmente. Esse medicamento é administrado pela via injetável e que pode apresentar reações no local, além de nasofaringite e infecções do trato respiratório.

A eficácia do medicamento também é medida em dinheiro economizado. Estima-se que que o uso do medicamento irá reduzir o custo total de dez anos em 8,4 mil dólares. E que nesse período, a somatória dos dias com crises irá corresponder o equivalente a dois anos. Isso significa a cefaleia irá ocorrem em um a cada cinco dias. Como o sofrimento com a enxaqueca é grande, acredita-se no benefício de sua redução.

Se ainda tiver dúvidas, encaminhe sua dúvida para o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da Unisantos. O contato pode ser pelo e-mail [email protected] ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002.