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Temer, um refém permanente

01/06/2018

A crise desencadeada pela paralisação dos caminhoneiros é a prova definitiva de que o presidente Michel Temer (MDB) é um refém permanente, ainda que seus algozes nem sempre sejam os mesmos.

 

Para escapar de dois processos de impeachment, Temer cedeu a interesses particulares de parlamentares, liberando verbas que não existiam, e setores específicos, como empresários do agronegócio, que tiveram dívidas bilionárias perdoadas. 

 

Agora, Temer é refém de um movimento que, ao perceber a fragilidade do governo, endurece e, mesmo tendo todas a reivindicações atendidas, não acaba com a paralisação. Pior, ampliam o leque de exigências. A piada que corre é que só faltam querer um ensaio sensual da primeira-dama, Marcela.

 

Governo desgovernado
O governo Temer foi alertado da possível greve dos caminhoneiros em outubro, mas não deu bola porque estava completamente concentrado em escapar de mais um pedido de impeachment. 

 

Assim que a greve começou, demorou a reagir. Quando saiu da inércia, fechou um acordo cedendo os dedos e os anéis, sem exigir contrapartida. O movimento não interrompeu a paralisação, prejudicando milhões de brasileiros e provocando prejuízos bilionários, e o governo assistiu a tudo praticamente de braços cruzados.

 

Sabotagem 
O mais impressionante nesta crise foi o governo Temer tentar sabotar quem estava realmente fazendo alguma coisa para resolver a crise. Ao perceber o tamanho do problema, o governador de São Paulo (PSB), tomou a iniciativa de negociar com os caminhoneiros e conseguiu resultados práticos. 

 

Foi o bastante para despertar a ciumeira do governo. O ministro Carlos Marun foi para São Paulo e, em vez de ajudar, tentou jogar areia na negociação. E ainda disse que Marcio França “está mais atrapalhando do que ajudando”.

 

O protagonismo de Marcio França


Os fatos desmentem Marum. O governador deu um show de habilidade política, ao tomar a frente das negociações, num movimento com lideranças desconexas, e reivindicações difíceis de serem atendidas. No diálogo, Marcio França demonstrou liderança conseguiu avanços importantes, atendeu reivindicações históricas da categoria e a volta à normalidade no estado parece uma questão de tempo.