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Resenha da semana: Han Solo – Uma História Star Wars

02/06/2018

Han Solo: Uma História Star Wars é o novo spin off iniciado em 1977 por George Lucas, que conta com uma série de oito filmes que acabou se tornando um fenômeno mundial com grande influência na cultura popular e responsável pelo início da era dos blockbusters. Inspirado nos filmes de samurais e com influências de séries de ficção científica e até no faroeste, George Lucas criou um rico universo com inúmeros personagens icônicos, e os filmes como Rogue One trouxeram um conceito interessante em aprofundar o público para conhecer mais da história e passado destas emblemáticas figuras que fazem parte da cultura pop.

 

Han Solo talvez seja uma destas figuras mais emblemáticas da história do cinema e trazer isso a tela mostrou-se um projeto problemático desde o início de sua produção com a inicial dupla de diretores sendo demitida quase no término de sua filmagem e substituída pelo conhecido diretor Ron Howard, que acabou recebendo os créditos do longa. E é apostando nisso que a franquia tenta lucrar mais uma vez. Mas será que isso tudo basta para conquistar o público?

O filme nos apresenta ao piloto Han Solo (Alden Ehrenreich) e sua namorada Qi'ra (Emilia Clarke) que em dificuldades financeiras buscam algum trabalho. Nisso, eles conseguem pôr as mãos em uma substância valiosa, mas perigosa, que acaba levando à perseguição do Império e a separação entre os dois. Preocupado, Han usa toda a sua esperteza para se infiltrar num plano arriscado, mas que pode render a oportunidade de voltar à terra natal e reencontrar a sua amada. Caso ele falhe, vai ter que prestar contas ao perigoso Dryden Vos (Paul Bettany). No caminho, o piloto encontra parceiros importantes, como Chewbacca (Joonas Suotamo) e Lando Calrissian (Donald Glover), o proprietário original da Millennium Falcon.

 

O diretor Ron Howard faz o que pode com o projeto, porém em grande parte das suas 2 horas de duração, Han Solo não tem alma, com um primeiro ato extremamente corrido e que não desperta nenhum interesse com que o público embarque na jornada do protagonista para entender sua real motivação e que tenha qualquer tipo de construção um pouco mais aprofundada do personagem.

 

O roteiro peca por emendar uma sequência atrás da outra, o que perde grande parte de seu impacto emocional por não proporcionar ao público a sensação de sentir o que realmente aconteceu e por não aprofundar seus personagens para que sentíssemos suas perdas (isso sempre falo em minhas criticas e acho muito importante na construção de um filme) mas mostra-se ousado de uma maneira surpreendente ao trazer uma edição e montagem totalmente diferentes das transições clássicas dos filmes da série, com um ritmo mais dinâmico que não impede o espectador de se sentir no universo Star Wars.

Mesmo com as polêmicas em torno de sua atuação, Alden Ehrenreich teve a dura missão de reviver um dos malandros mais amados da galáxia e surpreendentemente cumpre bem esse papel. Em diversos momentos, conseguimos enxergar a arrogância, trejeitos, olhares e postura que remetem ao Han Solo original, em um trabalho que foi claramente estudado. Os personagens principais também ganham espaço, com destaque para Donald Glover, como Lando Calrissian, com um carisma incrível e totalmente a vontade no papel.

Han Solo: Uma História Star Wars não traz grandes inovações a franquia, não se arriscando muito em contar sua história e que falta identidade, drama, conexão, intensidade e também a atmosfera épica conhecida pela franquia, mas isso não tira a diversão que é revisitar um universo tão amado pelo público.

Curiosidade: Alden Ehrenreich foi o primeiro ator a fazer testes para os então diretores Phil Lord e Christopher Miller. Apesar de terem gostado de outros atores, Ehrenreich foi o preferido da dupla desde o início.
 

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