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Justiça em descrédito

09/06/2018

O Poder Judiciário é um dos pilares da democracia. Afinal, não existe regime democrático na acepção da palavra que funcione sem uma Justiça forte e independente, que tenha a confiança da Nação. Entretanto, no Brasil atual não apenas os poderes Legislativo e Executivo, como o próprio Judiciário estão caindo em descrédito perante a opinião pública por frequentes trabalhadas e ações que provocam revolta nos cidadãos de bem.

Trata-se de um processo perigoso, que ameaça não apenas a democracia, reconquistada a duras penas, como ao futuro do país. O fato é que as autoridades, com poucas exceções, perderam o respeito de parcela considerável da população.

O resultado mais dramático desse processo é o aumento da violência, que se constata em todas as cidades brasileiras, até a situação de calamidade como vivem alguns estados da Federação, dos quais o Rio de Janeiro é o maior exemplo.

Se juízes da primeira e segunda instâncias têm realizado um papel importante para que se restaure a confiança na Justiça, o mesmo não se pode dizer do STF (Supremo Tribunal Federal). O ego de seus integrantes é assustador e mais assustadoras ainda são decisões que vem sendo tomadas pela mais alta Corte.

O ministro Gilmar Mendes, por exemplo, alvo de nove processos de impeachment no Congresso, vem se especializando em libertar bandidos de colarinho branco, gente de muita grana que assaltou por anos a fio os cofres públicos. Gilmar Mendes parece não se importar com a revolta que vem provocando no próprio Judiciário e em setores da sociedade. E tampouco com o fato de o STF estar sendo, tanto quanto os políticos, enxovalhado nas redes sociais.

Seria injusto criticar apenas Gilmar Mendes. Vários outros ministros adotam medidas que ofendem a dignidade da Nação, como Marco Aurélio Mello, que mandou soltar 12 traficantes internacionais, um deles condenado a 197 anos de prisão. Nesta semana, Luiz Roberto Barroso autorizou um deputado que está preso a exercer o mandato. É sério isso? Um presidiário exercendo o papel de deputado? Que exemplo estamos oferecendo às futuras gerações?

Como ministros do STF e políticos agindo dessa forma, fica difícil acreditar que ainda há esperança para o Brasil.