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Evento adverso a medicamento

09/06/2018

Segundo a OMS, evento adverso a medicamento (EAM) são as reações não desejadas e, às vezes, não esperadas causadas pelo uso dos medicamentos. Por exemplo, um EAM pode ser a intoxicação causada pelo uso excessivo de um dado medicamento, mas se fosse usado em doses indicadas não causariam esse tipo de problema. Já as reações adversas (RAM) são conhecidas ou descobertas e estão vinculadas ao uso direto do medicamento.

 

Muitos dos EAM poderiam ser evitados. Estudos estimam que entre 15% e 60% dos EAM, dependendo do ambiente estudado, não ocorreriam se houvesse mais cuidado e observação.  Os EAM podem ser causados pela má administração, erro de prescrição ou dispensação inadequada. Crianças são muito suscetíveis a acidentes por intoxicação, enquanto idosos por usarem medicamentos inadequados para a sua faixa etária. Alguns dados indicam que mais da metade dos idosos usem medicamentos que não deveriam.

 

Os EAM são diversos, porém os sintomas mais comuns são a diarreia e a taquicardia. Mas muitos outros sintomas graves estão descritos em estudos científicos: anemia aplástica, tromboembolismo, hemorragia gástrica, colite pseudomembranosa. Eles são mais comuns que ocorram na pele ou no sistema gastrointestinal. Quando em hospital, os pacientes tendem a ficar internados por mais tempo. Algumas pesquisas internacionais mostram que 10% das internações estão associadas a um evento adverso. Boa parte poderia ser evitada. Esse tipo de estudo é mais comum em hospitais, por ser mais fácil coletar os dados.

 

Um tipo específico de EAM é a interação entre medicamentos, o que é comum porque muitas pessoas usam mais de um remédio. Pesquisas mostram que mais de 70% dos pacientes estão sujeitos a interações graves, mas que são mantidas para estabilizar o sujeito internado. E as interações ocorrem também no uso cotidiano do medicamento.

 

Dado a gravidade do problema, há estudos tentando desenvolver formas de reconhecer os EAM de forma mais rápida e eficaz. Assume-se que o primeiro problema coletivo com medicamentos que foi percebido aconteceu em 1930 com a sulfanilamida que foi preparada com uma substância tóxica e muitas pessoas morreram. Outro grave acidente foi o uso da talidomida por mulheres grávidas, o que causou malformações em seus bebes. Desde então, há preocupação com os EAM têm crescido. A população também deve ser consciente para não se automedicar sem consultar um profissional da saúde, nem fazer uso de medicamentos sem ter plena ciência de como usá-los corretamente.

 

Se ainda tiver dúvidas, encaminhe sua dúvida para o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da Unisantos. O contato pode ser pelo e-mail [email protected] ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002.

 

Prof. Dr Paulo Angelo Lorandi, farmacêutico pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas-USP (1981), especialista em Homeopatia pelo IHFL (1983) e em Saúde Coletiva pela Unisantos (1997), mestre (1997) e doutor (2002) em Educação (Currículo) pela PUCSP. Professor titular da UniSantos. Sócio proprietário da Farmácia Homeopática Dracena.