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A ponte finalmente vai sair da maquete

16/06/2018

Muita gente ainda tem dúvidas se a ponte entre Santos e Guarujá, anunciada na quarta-feira (13) pelo governador Marcio França, realmente vai ser construída. Razões não faltam para esta desconfiança, pois o projeto de ligação seca entre as duas cidades é uma novela que se arrasta há décadas. 

O que não faltaram foram projetos. O primeiro que se tem notícia foi apresentado em 1927, pelo engenheiro Enéas Marini, que previa a construção de um túnel por baixo do canal do estuário. E não era devaneio, já havia tecnologia para a obra naquela época. Hamburgo (Alemanha) inaugurou um túnel, por baixo do canal de seu porto, em 1911!

 

Devaneios
Também foram apresentados projetos mirabolantes. No início da década de 1950, o engenheiro Luiz Muzi concebeu uma proposta de ponte em formato de… caracol! Já em 2010, o então governador José Serra apresentou uma ponte estaiada que, para ser viável, teria que começar no canal 5, em Santos, e terminar quase que no Centro de Guarujá. O assunto virou piada ao espalharem que Serra inaugurou uma maquete.

A mais recente alucinação foi o projeto feito por gênios do Dersa de um túnel sob o canal do estuário. Além de o traçado ser criticado pelas prefeituras de Santos e Guarujá e a Codesp, seu custo era astronômico: R$ 3 bilhões.

O valor do “Submerso”, com seus 900 metros de extensão, foi muito criticado, ao se comparar com o custo do túnel ligando a Suiça e a Itália, por baixo dos Alpes, que tem 57 quilômetros, e custou o equivalente a R$ 44 bilhões.

 

Agora vai


Não parece ser otimismo apostar que, desta vez, a ligação entre Santos e Guarujá será feita. A obra será realizada pela Ecovias, em troca de uma ampliação do seu contrato de concessão para explorar o sistema Anchieta-Imigrantes. Com cerca de sete quilômetros, a ponte ligará a entrada de Santos (Km 65 da Via Anchieta) até as proximidades do pedágio de Guarujá (Km 250 da Rodovia Cônego Domênico Rangoni). Assim, é preciso ficar claro: a ponte não será feita na Ponta da Praia e as balsas não deixarão de operar.

Mais razões para acreditar que a ponte sairá: obras da iniciativa privada tendem a ser feitas mais rapidamente. E esta interessa muito à Ecovias, pois permitirá o aumento no número de usuários e, além disso, ela poderá cobrar pedágio de quem utilizar a ponte.

A previsão é de que as obras comecem em dezembro e sejam concluídas em 2020. Mas, como no Brasil tudo é possível, inclusive o impossível, é melhor aguardar os próximos capítulos…