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Microbiota intestinal

16/06/2018

Em livros mais antigos de biologia encontrava-se o termo flora normal, como um conjunto de microrganismos (MOs) que habitavam o organismo humano, sem saber ao certo o que eles significavam. Mais recentemente, depois de ser citado como microbiota, hoje encontra-se o termo microbioma, porque esses MOs não estão apenas depositados no intestino, na pele, na boca, na genitália feminina. Microbioma porque está se dando ênfase à relação estável entre os diversos MOs e o hospedeiro, causando mudanças em ambos.

No intestino, por exemplo, encontramos bactérias (principalmente), vírus e fungos variados que executam funções antes não imaginadas. Estima-se a existência da ordem de trilhões de células só no intestino. Esses MOs produzem juntos mais de 20.000 proteínas diferentes lançadas no intestino e absorvidas pelo nosso organismo. E o que elas provocam? Esse microbioma afeta a saúde, a doença e o envelhecimento. Desenvolve-se estudos de sua influência na obesidade, nas doenças cardiovasculares e depressão, dentre outras.

A microbiota é formada basicamente ao nascer e é muito influenciado pelo aleitamento materno exclusivo por seis meses é fundamental para formar uma coleção de micro-organismos fundamentais ao ser humano. O leite materno fornece os “bons” MOs (probióticos) e substâncias importantes para o seu desenvolvimento, os chamados prebióticos (fator bífidos). Alimentos sólidos antes dos seis meses alteram seu equilíbrio.

O uso constante de antibióticos pode provocar um desequilíbrio nessa biota. Tem-se estudado muito um tipo de diarreia causada por uma bactéria bastante nociva, o Clostridium dificile. Essa bactéria pode causar uma doença grave no intestino. Essa bactéria está muito presente em internações hospitalares, mas também estamos sempre expostos a ela, por isso, manter nossa biota íntegra é fundamental. Isso se dá com uma boa alimentação!

É preciso ingerir, sempre, os alimentos prebióticos, como aveia, cebola, e, também, fazer uso contínuo de probióticos, seja na alimentação ou como suplementação. Várias pesquisas têm comprovado que o uso regular de probióticos melhora a capacidade imunológica, evitando-se processos infecciosos reincidentes como infecção urinária, resfriados comuns ou até mesmo a gripe influenza. Novos termos estão surgindo com o conhecimento do papel, como eixo intestino-cérebro. Há muitas evidências que algumas alterações de humor ocorrem em função da qualidade e consistência da biota intestinal. No Brasil, a Anvisa regulamenta normas para probióticos em alimentos e medicamentos.