Cinema Filmes e Séries

Resenha da semana: Sicário: Dia do Soldado

30/06/2018

Dennis Villeneuve é um dos melhores diretores da atualidade e em 2015, apresentou ao público Sicario: Terra de Ninguém, que conquistou público e crítica por abordar com visceralidade os combates entre a inteligência americana contra os cartéis de drogas, ocorridas na fronteira entre Estados Unidos e México.

 

Com uma direção magistral, uma soberba fotografia, trilha sonora marcante e atuações emblemáticas, o filme de 2015 ganhou uma continuação que inicialmente foi vista com certo receio devido a saída do diretor original. Sicario: Dia do Soldado chega com desconfiança por grande parte dos cinéfilos, mas que certamente perderão logo em seus minutos iniciais.

 

Assumindo a difícil missão de substituir Villeneuve, o diretor italiano Steffano Solima consegue apresentar um interessante trabalho com a câmera, com planos longos que percorrem o cenário, nos mostrando somente o necessário e mantendo uma sensação de medo e desconforto constante. Você não conseguirá respirar por nenhum instante neste filme pois ele possui uma atmosfera claustrofóbica de perigo e tensão que só acaba quando surgem os créditos finais. Com um primeiro ato interessante, mas com um segundo arrastado e com uma subtrama desinteressante, o diretor consegue nos prender totalmente com uma longa sequência final que fará o público ficar na ponta da poltrona de tanta tensão e empolgação. Retornando como o autor da história, o excelente roteirista Taylor Sheridan se aprofunda ainda mais nos personagens de Brolin e Del Toro e mantém o clima tenso e pesado do longa de 2015. O roteiro possui diálogos afiados e humaniza sua dupla principal, que ganham novas camadas com uma grande carga emocional que não parece forçada, fazendo com que sentíssemos a evolução deles de forma natural.

 

Josh Brolin está no auge de sua carreira, e seu ano está sendo maravilhoso com o Thanos dos Vingadores e Cable de Deadpool 2. O ator traz força e intensidade ao impiedoso agente e comprova que não há um intérprete melhor, como na cena de fúria no final ou a que vemos seus olhos marejados por saber o destino que uma de suas decisões teve. Benicio Del Toro continua soberbo, transmitindo apenas com o olhar todo o mistério e serenidade que o trágico personagem possui. 

 

Sicario: Dia do Soldado pode não ser superior ao original, mas é fiel em continuar sua atmosfera de tensão ininterrupta e ao nos jogar novamente neste mundo cruel e violento, onde não há regras.

 

Curiosidades: Este é o primeiro filme em Hollywood do diretor italiano Steffano Solima