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O STF contra o Brasil

30/06/2018

A desesperança tomou conta de milhões de brasileiros e tal fato não se deve apenas à crise econômica. Cresce entre os cidadãos de bem a sensação de que o país está à deriva e que há dois tipos de Justiça: a de primeira e segunda instâncias, de um lado, conduzida por magistrados de carreira, que fazem cumprir as leis, e a do STF (Supremo Tribunal Federal), que funciona apenas para favorecer criminosos de colarinho branco.

 

Os últimos julgamentos na mais alta Corte do país parecem dar sentido a esse tipo de pensamento: tubarões condenados em segunda instância estão sendo colocados em liberdade, contrariando a própria decisão do plenário do STF. Tal procedimento tem provocado revolta e indignação nas redes sociais, mas fica por isso mesmo.

 

O ministro Gilmar Mendes, em tempos de Copa do Mundo, tem-se revelado o mais eficiente centroavante contra a Lava Jato. Por isso sua rejeição entre os brasileiros está na do patamar do já ultra-rejeitado Michel Temer. O ilustre ministro não se importa com isso. Gilmar Mendes parece acreditar na docilidade eterna da sociedade brasileira e, convenhamos, talvez tenha razão.

 

Mas a revolta é latente e suas consequências, imprevisíveis. No site Antagonista, o colunista Diogo Mainardi escreve: "O primeiro impulso é atear fogo no STF. O benfeitor, no entanto, corre o risco de ser preso. E ninguém quer ser preso por protestar contra a soltura de outros presos". Para Mainardi, de todos os planos, "o mais entusiasmante é o impeachment de Gilmar Mendes".

 

Mainardi está sonhando: afinal, só o Senado pode afastar Gilmar Mendes. E como acreditar que políticos vão condenar aquele que os absolve?

 

Vivemos tempos sombrios. O Poder Judiciário, um dos pilares da democracia, está totalmente politizado. Dia 12 de setembro, assume a presidência da Corte o ministro Dias Toffoli, um ex-advogado do PT que foi reprovado em dois concursos para juiz da carreira. 

 

É chorar e rezar.