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Derivados de Cannabis

22/06/2018

A FDA, agência reguladora americana, informou que aprovou o primeiro medicamento a base de canabidiol, um subproduto da Cannabis ou maconha. O medicamento foi aprovado para o tratamento de convulsões associadas a duas formas raras e graves de epilepsia. Segundo a agência, esse medicamento veio cobrir uma lacuna para o tratamento da síndrome de Dravet, pois não havia nenhum medicamento especificamente aprovado para a doença. Outra substância usada no caso, o estiripentol, é um medicamento muito caro que traz poucos benefícios em relação às substâncias anticonvulsivantes mais comuns.

 

Essa síndrome é rara, atinge uma em 20 mil crianças nascidas, mas é uma forma muito grave que pode provocar até 500 crises diárias. Estima-se que 15% das crianças atingidas pela doença morram antes de atingir a adolescência. O estudo para aprovação envolveu mais de 500 pessoas com essas duas síndromes, e apresentou resultados satisfatórios de controle. Como reações adversa, o medicamento provocou ideação suicida, sentimentos de agitação, depressão nova ou piorada, agressão e ataques de pânico.

 

A FDA, porém, alerta que a despeito da fonte do medicamento ser a maconha, ele não apresenta os efeitos euforizantes da droga, que são provocados por outras substâncias, como o THC (tetrahidrocanabinol), presentes na planta, mas não no medicamento, Devido a fonte ter um caráter “popular, a FDA alerta que estão vendendo “maconha medicinal”, o que não é verdadeiro e que as pessoas estão fazendo uso de forma inadequada. 

 

Isso é irreal! A maconha em si não é medicinal, mas alguns de seus componentes, sim. Essa realidade é a mesma de outras plantas e substâncias como o ópio e a morfina. Uma planta sempre terá diversos componentes e a somatória dessas substâncias promove o efeito final. Com os estudos, busca-se conhecer a ação específica de cada uma delas. Com o conhecimento adquirido, é possível o desenvolvimento de um produto medicamentoso, pelo isolamento da substância específica. No caso, a substância é o canabidiol.

 

De um modo geral, dependendo da eficácia terapêutica, a indústria farmacêutica irá desenvolver substâncias sintéticas similares ao produto, buscando-se diminuição dos custos, melhoria na eficácia ou diminuição das reações adversas. Considerando-se os derivados do ópio, nos dias de hoje, há muitas substâncias sintéticas com efeito mais potente. No caso do ópio, tão potente que é usado em anestesia para cirurgias.