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Disputa em aberto

21/07/2018

A menos de 90 dias do primeiro turno da eleição para presidente da República, a disputa permanece totalmente em aberto. É praticamente certo que o ex-presidente Lula, favorito nas pesquisas, não poderá participar do pleito por estar preso e condenado em segunda instância por corrupção e lavagem de dinheiro. Vale ressaltar, Lula estará impedido pela Lei da Ficha Limpa, que ele mesmo sancionou no exercício da presidência.

O eleitor mais bem informado haverá de questionar: como pode um presidiário, condenado por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro e respondendo a outros cinco processos na Justiça, ser o candidato preferido nas pesquisas eleitorais? A resposta talvez esteja no fato de que o Brasil é um país continental, absurdamente desigual nos quesitos renda e qualidade de vida, e cujos governantes jamais investiram na Educação.

Uma população que não tem acesso à educação e, por consequência, não tem oportunidades iguais, tende a ser mais sensível ao populismo. Tanto é que, ainda segundo as pesquisas, a maioria do eleitorado acha que a prisão de Lula é justa. O comandante máximo do PT se transformou no Maluf do século 21: encarna com perfeição o “rouba, mas faz”.

Não por acaso, Maluf e Lula estiveram juntos na eleição de Haddad para prefeito de São Paulo e o PP sempre apoiou os governos petistas. São questões relevantes e que um dia terão o julgamento da história.

O fato é que mesmo sem Lula o populismo estará presente nas eleições deste ano. Jair Bolsonaro, o candidato da extrema direita, encanta parcela do eleitorado com o discurso de que vai resolver tudo na base da violência e passando por cima de direitos conquistados pelo processo civilizatório.

Ainda com chances aparecem Ciro Gomes, um destemperado com discurso esquerdista, e Geraldo Alckmin, que acaba de conquistar o apoio do chamado Centrão, integrantes da velha política que governa o país há séculos.

Enfim, a eleição para presidente está totalmente em aberto e qualquer que seja o vencedor dificilmente terá condições de governar o país em paz. A crise e o sofrimento dos brasileiros estão longe de acabar. Infelizmente. Que Deus tenha piedade do Brasil.