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Abnegação

28/07/2018

No dia 14 de março de 2004, um fato ocorrido em Recife, capital pernambucana, no Hospital da Restauração, o maior Pronto-Socorro público do Nordeste, se tornou notícia nacional.

 

A reportagem dizia o seguinte:

 

“Uma mulher que levou um tiro no coração sai andando do quarto do hospital! Quem viu a cena ficou imaginando: Como é possível alguém escapar vivo de uma situação dessas?”

 

Naquela 2ª. feira de carnaval, o cirurgião Dr. João Veiga só deveria dar plantão às 4 horas da madrugada.

 

Mas ele teve insônia e resolveu ir mais cedo para o trabalho. 

 

-Era para chegar na Unidade de Trauma às quatro horas da manhã. Voltei à meia-noite – contou o Dr. João.

 

Uma hora depois, a turista israelense Moran Bomflek deu entrada na emergência baleada no coração, em estado gravíssimo.

 

-Ela não respirava, o coração não batia, a pupila estava dilatada, quer dizer, o cérebro estava sofrendo.

 

Então é morte aparente. Não tinha nenhum reflexo – lembrou o cirurgião.

 

Um plantonista menos experiente poderia ter dado o caso como perdido. Mas o Dr. João Veiga, 17 anos de profissão, agiu rápido: abriu o peito de Moran e tentou um procedimento arriscado. Massageou o coração da paciente com as próprias mãos.

 

-Eu só fiz puxar um pouquinho o coração para expor melhor a lesão e fiz dois pontos. Costurei a parte atingida e o coração ficou sem bater. Foi aí que eu comecei o procedimento de massagem cardíaca, ou seja, segurar o coração e ficar fazendo um movimento em torno de dois a quatro minutos – relatou o médico.

 

A vida da paciente dependia de uma transfusão de sangue, urgente. O tipo de sangue necessário já estava disponível.

 

-Eu tinha pedido, há 20 minutos, sangue para outra paciente que estava estável, mas precisava de sangue e, quando esse sangue chegou para a outra paciente eu usei para ela. O sangue "O" negativo, que foi fundamental – contou Dr. João.

 

[com base em reportagem do Fantástico da Rede Globo em 14/03/2004 e na Redação do Momento Espírita]

 

Importante lembrar que o médico, que deveria chegar ao hospital somente às 4 horas da madrugada, teve insônia e resolveu ir logo para o trabalho.

 

Somente um profissional que ama o que faz é capaz de tomar uma decisão dessas.

 

Ele poderia ter ficado em casa descansando, assistindo televisão, ouvindo música, fazendo algo para passar o tempo…

 

Mas ele preferiu ir para o hospital. Diga-se, um hospital público.

 

Não é de admirar que um homem com tamanha competência e humildade, tenha tanto amparo do Alto em suas tarefas.

 

Por causa da sua extremada dedicação, ele havia solicitado sangue para outra paciente e isso o ajudou a salvar uma vida.

 

Sem dúvida, podemos afirmar que não houve sorte nem coincidências. Houve competência e dedicação, aliadas à Providência Divina.

 

Acostumado a lidar com casos graves, o Dr. João Veiga não quer ser tratado como herói. Mais uma prova de que ele é realmente um grande homem, um profissional competente e um coração generoso.

 

Ao final desta reportagem, o Dr. João Veiga diz, com simplicidade e sincera humildade: 

 

-Eu gosto de fazer exatamente isso, foi para isso que eu treinei.

 

Somente pessoas verdadeiramente abnegadas conseguem fazer coisas grandiosas com a naturalidade de quem resolve pequenas questões.

 

Um fato que nos leva a crer que este mundo tem jeito. Que existem profissionais que desempenham suas tarefas com competência e dedicação.

 

E, acima de tudo, que o Grande Arquiteto do Universo atende Seus filhos através dos Seus filhos, sejam eles médicos, cientistas, agricultores ou simplesmente um homem bom.

 

PAZ, SAÚDE E PROSPERIDADE