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Modelo político exaurido

28/07/2018

As eleições deste ano comprovam o que todo brasileiro minimamente informado já sabia: o atual modelo político está exaurido e uma mudança radical se faz necessária sob pena de a própria democracia entrar em colapso. O Brasil tem hoje mais de 30 partidos políticos cujos integrantes, em sua imensa maioria, não trabalham em torno de ideias ou projetos para o país, mas sim em benefício próprio.

O exemplo dessa bagunça pode ser constatado nas dificuldades que os atuais candidatos ao cargo de presidente da República enfrentam para encontrar um vice. As brigas internas, entre partidos aliados, revelam uma disputa intensa pelo poder e a certeza de que, chegando lá, vão cuidar de seus próprios “negócios”.

Ideologias ou propostas para tirar o país da crise são o que menos importam nas composições que, na realidade, têm um único objetivo: chegar ao poder. O que viu até agora só reforça a certeza de que, independentemente de quem chegue ao Palácio do Planalto, teremos mais do mesmo, ou seja, não haverá solução para a crise nos próximos anos.

O chamado presidencialismo de coalizão garante aos partidos políticos o achaque ao Estado, que é fatiado entre eles e devorado como ratos fazem com queijo. A atual crise financeira e moral que abala o país oferece apenas oportunidades para que candidatos extremistas, seja de direita ou de esquerda, usem seu discurso demagógico para iludir o eleitorado.

O fato é que nada vai mudar, apesar da revolta de parcela considerável do eleitorado, simplesmente porque a maioria do futuro Congresso será composta por políticos tradicionais, sem nenhum compromisso com a Nação. 

Candidato que fala grosso, como Bolsonaro ou Ciro, se conseguir chegar lá, terá de deixar de ser um leão para se transformar num gatinho dócil ou será defenestrado por um processo de impeachment. Esta é a nossa realidade. Cruel, mas nossa realidade. 

O sistema político brasileiro está podre.