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Não é normal idoso sentir dor!

04/08/2018

Ao contrário do que se fala, não é normal a pessoa sentir dor só porque envelheceu, garante a geriatra Karol Thé, coordenadora do I Simpósio de Dor no Idoso, que acontece neste sábado (4) em São Paulo. Ela lembra que o envelhecimento da população está diretamente ligado ao aumento de doenças e incapacidades que, em muitos casos, podem estar relacionadas à dor. 

 

Segundo a geriatra, é importante desmitificar a associação entre dor e velhice, de forma a preparar melhor as pessoas que atuam junto à população idosa. “O idoso pode deixar de relatar o sintoma de dor por medo de se tornar um peso para a família, ou de realizar exames ou de descobrir uma doença potencialmente grave. Além disso, podem ocorrer crenças culturais, religiosas, receio de efeitos adversos das medicações, ou mesmo por acreditar ser normal sentir dor ao chegar nessa fase da vida”.

 

No caso de idosos com demência ou comprometimento cognitivo, um grande desafio para os profissionais, cuidadores e familiares é compreender suas sensações dolorosas, especialmente quando há prejuízo de linguagem ou memória. “O idoso com comprometimento cognitivo grave terá dificuldade de expressar suas experiências dolorosas. Isso não significa que ele sinta menos dor”, esclarece a especialista. 

 

Sinais que está sentindo dor

A Sociedade Americana de Geriatria indica seis dimensões que podem indicar que o idoso com déficit cognitivo está sentindo dor. São elas: mudanças na expressão facial; verbalizações ou vocalizações; movimentos corporais; mudanças na interação interpessoal; mudanças nas atividades rotineiras e mudança no estado mental.

 

“Quando não há avaliação e tratamento adequados, os idosos sofrem consequências psicossociais, como depressão, ansiedade, piora cognitiva, isolamento social e redução das atividades de vida diárias e físicas. Por isso, indicamos que a família fique atenta e procure sempre a orientação de um médico”, finaliza a especialista.