TV em Transe

Jornalismo vergonha alheia

09/08/2018

Vamos falar de um dos maiores momentos de “vergonha alheia” da história do jornalismo tupiniquim. Globonews. Sabatina com o candidato a presidente Jair Bolsonaro. Foram várias passagens constrangedoras, mas o final foi insuperável.

 

Durante a entrevista, o político ressaltou o apoio irrestrito dado pelo grupo Globo ao regime militar no país, citando um editorial publicado pelo jornal “O Globo” em 1984.

 

Quando a sabatina parecia encerrada, e Bolsonaro fazia gracejos dos quais só ele ria, do tipo “vou dar um abraço hetero no Gabeira”, a mediadora Miriam Leitão pediu um tempo aos participantes. Após alguns segundos, iniciou a leitura de uma nota ditada para ela via ponto eletrônico!!!

 

O texto era uma espécie de resposta ao comentário de Bolsonaro sobre a ligação Globo-ditadura, lembrando que a empresa, em 2013, reconheceu em editorial que o apoio ao regime militar foi um erro.

 

Leitão esperava o “ditado” e, vacilante, repetia no ar, dando pausas longas e com a voz as vezes trêmula – talvez ciente do mico gigantesco que estava pagando no ar, ao vivo. Lida a nota, o programa enfim terminou. Constrangimento geral.

 

Custava passar o texto de outra forma, sei lá, por whatsapp? Seria menos vergonhoso.

 

Casquinha – O jornalista William Waack, que deixou a Globo pela porta dos fundos após o vazamento de um vídeo em que fazia uma piada de cunho racista, aproveitou a repercussão da “vergonha alheia” para tirar uma casquinha.

 

Em seu canal no Youtube, atacou: “Eu falo as coisas pela minha consciência. As pessoas concordam, discordam, aplaudem, xingam, mas eu queria deixar um recado. Fiquem tranquilos: tudo que eu falo é por mim. Eu não tenho chefe no ponto eletrônico”. 

 

Ok, William. Mas quando você estava na Globo também tinha, não é mesmo?

 

Debate – E nesta quinta-feira (dia 9), às 22h, a Band promove o primeiro debate entre candidatos à Presidência da República, com mediação de Ricardo Boechat. O clima promete ser quente.