Notícias

Pais saudáveis, vida longa

11/08/2018

Neste domingo (12), Dia dos Pais, que tal aproveitar a data consagrada à paternidade e passar a dar mais importância aos cuidados com a saúde física e mental? Afinal, todos querem ter saúde para viver com qualidade e plenitude, acompanhando o crescimento de filhos ou netos e usufruindo por longo tempo de suas companhias. 

 

Os homens vivem em média sete anos a menos do que as mulheres e uma das razões apontadas é a resistência masculina em realizar exames de rotina e consultas de prevenção. Segundo o Ministério da Saúde, 31% dos brasileiros não têm o hábito de ir ao médico; entre aqueles que vão, 70% atendem a insistência da família.

 

Muitas vezes, a falta de cuidado com a saúde vem da infância: desde pequenos, os homens são ensinados que devem aguentar dores, ser mais fortes e “engolir o choro”. De acordo com a endocrinologista Silmara Leite, essa imagem de super-herói pode gerar graves problemas de saúde ao longo da vida. “Aderir a uma vida mais saudável pode prevenir muitas dificuldades no futuro”, alerta a médica.

 

Doenças mais frequentes

Os homens são mais propensos a doenças cardiovasculares, como ataques cardíacos e derrames cerebrais, entre outras enfermidades. O diabetes, por exemplo, é uma doença que merece atenção: de acordo com o Ministério da Saúde, o número de homens diabéticos aumentou 54% no Brasil entre 2006 e 2017. No caso do câncer de próstata, um dos mais frequentes na população masculina, o INCA estimou um número superior a 60 mil novos casos somente em 2017.

 

Apesar da influência de fatores ambientais, biológicos, hereditários ou psicológicos, essas doenças tendem a ser desenvolvidas por meio de hábitos. Por isso, pressão arterial e obesidade são alguns dos fatores que aumentam os riscos. “Muitos dos casos de diabetes estão relacionados com a obesidade. Mais da metade dos brasileiros está acima do peso. Mudanças na alimentação e a prática de exercícios contribuem para prevenir a doença”, explica Silmara.

 

Idade ideal para começar a avaliação médica 

O cardiologista José Pedro Jorge Filho informa que a idade mínima do acompanhamento médico foi reduzida para se adequar à nova realidade da população, que tem apresentado doenças crônicas cada vez mais cedo. “Devido à incidência de problemas em pessoas abaixo de 40 anos, já temos indicado para nossos pacientes que eles façam o controle a partir dos 35. Assim, é possível identificar e monitorar problemas como hipertensão, diabetes e obesidade”, afirma.

 

Ele enfatiza a importância de um profissional que inspire confiança, para que exista um acompanhamento do quadro clínico do paciente ao longo dos anos. “É fundamental que a pessoa tenha uma boa relação com um médico, para que ele consiga entender o seu histórico de saúde e fazer com que o acompanhamento e o possível tratamento sejam mais individualizados”, recomenda. 

 

Reavalie hábitos de vida  

Também é fundamental que o paciente reavalie hábitos de vida. “A adoção de uma alimentação saudável e a prática de atividades físicas regulares interferem positivamente na saúde. Além disso, evitar hábitos ruins, como o tabagismo, também é importante. Alguns estudos já associam uma incidência maior de câncer de bexiga entre fumantes, mesmo que não exista uma relação direta entre as duas coisas”, informa.