Coluna Dois

Para o Santos, 2018 está com cheiro de já ter ido

11/08/2018

O Campeonato Brasileiro do ano passado terminou com três grandes paulistas no topo: Corinthians, campeão, Palmeiras, vice, e Santos, terceiro. O São Paulo ficou na 13a posição.

 

Como o mundo do futebol (brasileiro) dá muitas voltas de uma temporada para a outra, Corinthians (7o), Palmeiras (6o) e Santos (15o), estão longe do topo neste ano. E o São Paulo, depois de 17 rodadas, lidera o campeonato.

 

O tricolor parece se beneficiar de contratações bem-sucedidas, inclusive a do treinador uruguaio Diego Aguirre. Contratações que têm o dedo do triunvirato Raí, Ricardo Rocha e Lugano na direção, todos ídolos da história do clube.

 

O São Paulo se beneficia também do fato de estar focado no Brasileiro, já que não se classificou para a Libertadores e foi eliminado da Copa do Brasil, tendo apenas a Sul-Americana, de menor visibilidade e responsabilidade, para dividir as energias do elenco.

 

Santos, Palmeiras e Corinthians estão nas oitavas de finais da Libertadores e nas quartas da Copa do Brasil.

 

O Palmeiras, agora nas mãos do treinador Felipão, é uma incógnita. O elenco, caro e  forte, fraquejou nas mãos de treinadores inexperientes no ano passado e neste. O Verdão está com a classificação bem encaminhada nas duas competições. Empatou com o Bahia em Salvador, 0 x 0, no jogo de ida da Copa do Brasil e bateu o Cerro Porteño (2 x 0) em Assunção nesta quinta-feira pela Libertadores.

 

O Corinthians está indefinido nas duas. Ganhou em casa da Chapecoense (1 x 0) na Copa do Brasil. Sofreu derrota para o Colo-Colo no Chile, nesta semana, pela Libertadores, pelo mesmo placar. O time perdeu de novo peças importantes nesta janela de transferências e está sendo remontado. 

 

O Santos está em situação dificílima na Copa do Brasil. Perdeu em casa do Cruzeiro (1 x 0) no jogo de ida. Ainda não jogou nas oitavas da Libertadores onde vai enfrentar, nos dias 21 e 28 deste mês o Independiente argentino, apelidado de Rei de Copas pelos 17 títulos internacionais. 

 

O torcedor e ex-conselheiro José Carlos Reis Santana, observador atento e agudo das coisas do futebol, principalmente do Peixe, entende que as possíveis eliminações nas duas competições talvez beneficiem o Santos, concentrando as forças da equipe no Brasileiro, onde luta contra o rebaixamento. “O Santos começa do zero com Cuca”, diz Santana. “O treinador tem só 4 meses até o fim da temporada. Implementar o que taticamente? Entendo que seria boa a saída de outras competições. Estamos patinando perto do Z-4, o que assusta. Vão os anéis e ficam os dedos. O time se salva do rebaixamento e começa 2019 com um novo planejamento. 2018 já foi!”.

 

Está correta a análise. O futebol que o Santos tem mostrado não credencia a equipe para passar de fase nem na Copa do Brasil nem na Libertadores. Só uma improvável evolução muitíssimo rápida produziria esse milagre. Por outro lado, o treinador Cuca tem um histórico brilhante como formador de times vencedores. O que permite ao torcedor do Santos sonhar com uma temporada bem diferente desta, tétrica até agora, no ano que vem.

 

Coleção de confusões

Outro torcedor e ex-conselheiro, também observador atento e agudo das coisas do Santos, que pede para não ser identificado, relaciona 11 iniciativas mal-sucedidas, equívocos e irregularidades da gestão de Modesto Roma no Santos (2015-2017) que se somam ao “esquecimento” do ex-presidente de comunicar um acerto verbal de R$ 1 milhão com Robinho e das notícias dos últimos dias, como o pagamento de passagens aéreas e hospedagens no valor de R$ 451 mil ao empresário Luiz Taveira entre setembro de 2015 e novembro de 2017, as luvas de R$ 5 milhões das quais o jogador Vechio diz ter recebido só R$ 1 milhão, os R$ 3 milhões de direitos de imagem do contrato do zagueiro Noguera, indicado por um garçom… Na próxima semana vamos analisar esse tsunami.