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Saiba quais são os perigos da obesidade infantil

18/08/2018

Estima-se que cerca de 43 milhões de crianças estão obesas e mais de 90 milhões se encontram com sobrepeso no mundo. Mais sedentárias e comendo pior, as crianças estão engordando e, o que é mais grave, adoecendo.

 

Problemas como pressão alta, manifestação de diabetes tipo 2 precocemente e níveis elevados de colesterol no sangue são alguns dos diagnósticos que crescem junto com o sobrepeso, que também tem efeitos psicológicos, como a baixa autoestima, imagem corporal negativa e depressão.

De acordo com Patrick Rocha, presidente do Instituto Nacional de Estudos da Obesidade e Doenças Crônicas (Ineodoc), a criança obesa tem mais chance de chegar à vida adulta sofrendo de obesidade. “O percentual chega aos 80%”, afirma o médico, autor do livro Diabetes Controlada.  Em sua opinião, a saúde alimentar infantil é comprometida principalmente pelo excesso de açúcar consumido e isso, muitas vezes, é um reflexo da desinformação.
 

O marketing dos alimentos industrializados

”Há falta de informação e orientação em relação à alimentação saudável. Além disso, o marketing agressivo de alimentos industriais voltados ao público infantil, com brinquedos e personagens que apelam muito ao imaginário das crianças, estimula ainda mais isso. Os pais na maioria das vezes acabam cedendo aos pedidos dos filhos”, destaca Rocha.

Alimentos ricos em açúcar, mas pobres em nutrientes, como fast-food, congelados, biscoitos e doces, snacks em geral, recheiam o cardápio dos pequenos. “O crescimento no índice de obesidade infantil pode estar comprometendo a saúde desta geração. Crianças com sobrepeso hoje, serão adultos doentes amanhã”, alerta.

 

Mudança começa em casa
A mudança deve começar em casa, com a melhora dos hábitos alimentares de toda a família. “O caminho da transformação passa pela educação alimentar. Os pais são os primeiros modelos de comportamento para as crianças. Além disso, quanto mais avançada a idade mais difícil será para mudar os hábitos. Quantos mais cedo for feito isso, melhor para a saúde”, orienta o médico.

 

Alguns hábitos que fazem a diferença
O poder do exemplo
– “Não adianta apenas falar aquilo que é correto, se os pais não mudarem a sua alimentação. Não levar os filhos para as compras é importante, pois 80% do que se vende ali são alimentos industriais, processados e devem ser evitados e a criança se encanta na maioria das vezes pelas embalagens”, recomenda Rocha.

Evite as armadilhas – Muitos alimentos são considerados saudáveis, quando na verdade engordam, inflamam o corpo e predispõe a diversas doenças, como diabetes e sobrepeso. “É o caso do pão integral (repleto de açúcar e glúten), barra de cereal (muito açúcar e glúten), alimentos lights, alimentos congelados, entre outros”, exemplifica. O ideal é investir em uma alimentação rica em proteínas, carboidratos fibrosos e gorduras naturais das frutas e carnes, bem legumes que saciam por mais tempo e são nutritivos.

Introdução de alimentos saudáveis desde cedo – É Importante tentar criar o hábito de fazer receitas saborosas e saudáveis com alimentos da estação, pesquisando e experimentando no dia a dia o que também se adequar melhor a rotina da casa e ao paladar dos pequenos. “Se a criança está acostumada a comer pão todo dia, não precisa retirar o alimento abruptamente, comece aos poucos a substituir por omeletes, tapiocas e outros alimentos frescos”, completa Rocha.