Notícias

O Brasil em chamas

08/09/2018

O incêndio no Museu Nacional do Rio, que destruiu parte importante da história da civilização, expõe com clareza a tragédia nacional. O Brasil de hoje é como o seu principal museu: uma Nação em ruínas. 

Criado em 1818 por Dom João VI, o Museu Nacional era um dos mais importantes do mundo e seu acervo abrigava 20 milhões de peças e mostrava uma parte crucial do processo civilizatório. Infelizmente, 90% da história foram destruídos pelas chamas.

Desde o início dos anos 2000 já se falava, e os alertas foram diversos, sobre os riscos de incêndio no museu, todos ignorados pelos governos que se sucederam. História e cultura nunca foram prioridade no país.

Não existiam recursos para o museu, como também para saúde e educação, os mesmos recursos que sobraram para a construção de estádios superfaturados para a Copa do Mundo de 2014, bem como para outras obras fora do Brasil, todas financiadas pelo bom e velho BNDES.

Ao classificar de “viúvas do museu” por chorar “por quem não amavam tanto” os brasileiros indignados com mais esta tragédia anunciada, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, foi apenas patético. Carlos Marun representa com “louvor” o governo Michel Temer, o mais rejeitado da história recente do país.

Deste governo não se espera mais nada, a não ser sua saída para o lixo da história, mas os cidadãos de bem não podem desperdiçar mais uma oportunidade de conduzir ao Palácio do Planalto um candidato capaz de restaurar a autoestima do brasileiro.

Não será fácil.  Diante do atual quadro de crise e degradação moral, será uma tarefa tão difícil como reconstruir um museu destruído pelas chamas da incompetência, da bandalheira e da irresponsabilidade.