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Há vida após os Linfomas!

15/09/2018

Ver o ator Edson Celulari em cena é mais uma demonstração que é possível superar uma doença agressiva, que pode levar à morte, e voltar a ter uma vida normal. 

Este sábado, 15 de setembro, é o Dia Mundial de Conscientização de Linfomas, data para alertar a população sobre a importância de conhecer os sintomas e fazer o  diagnóstico e tratamento deste tipo de câncer, que atinge as células de defesa do organismo e já acometeu nomes famosos (além de Celulari, o  ator Reynaldo Gianecchini e a ex-presidente Dilma Rousseff). 

Os linfomas são um grupo de cânceres das células do sistema imunológico e estão entre os tipos mais freqüentes da doença no Brasil, mas as causas ainda são desconhecidas, o que impossibilita a prevenção. 

“O linfoma é um câncer sanguíneo, resultado de um dano ao DNA de uma célula que se transforma em linfócito. Essa alteração ou mutação do DNA do linfócito gera uma transformação maligna: os linfócitos se multiplicam sem controle. O acúmulo dessas células gera tumores inicialmente nos linfonodos (gânglios linfáticos), mas com a evolução da doença pode atingir outras áreas do corpo”, explica o onco-hematologista Celso Massumoto.

 

Hodgkin e não-Hodgkin 
Há duas classificações para a doença. O Linfoma de Hodgkin corresponde a 30% de todos os linfomas, com maior pico de incidência na faixa etária de 20 a 30 anos e um menor pico após os 50 anos. Já o Linfoma de não-Hodgkin é bem mais comum e acomete pessoas com mais de 60 anos. A diferença entre os dois está na origem e na característica das células malignas. Segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer), por razões ainda desconhecidas, nos últimos 25 anos o número de casos de Linfoma não-Hodgkin duplicou, especialmente entre indivíduos com mais de 60 anos. 

 

Diagnóstico e tratamento
Quando diagnosticado precocemente, o linfoma, tanto de Hodgkin como não-Hodgkin, tem altas chances de cura. Para diagnosticar a doença, alguns exames são necessários, como o físico, para procurar vestígios da manifestação nos linfonodos, exame de sangue e a biópsia para concluir o diagnóstico. Medicação, quimioterapia, radioterapia e até, se for necessário, transplante autólogo de células tronco, estão nas linhas de tratamento.
 

Novos medicamentos a preços astronômicos
Segundo o médico Celso Massumoto, duas novas medicações testadas com pacientes no mercado americano (Axicabtagene Ciloleucel e Tisagenleuce) apresentaram ótimas respostas, associadas a uma quimioterapia leve. O problema, porém, é o valor do tratamento, em torno de US$500 mil dólares, inviável para população. “Trata-se de um grande avanço tecnológico e terapêutico, mas sabemos que a parte econômica é um grande entrave. Ficamos na esperança da medicação chegar ao Brasil de forma mais acessível para a população”, diz Massumoto.

 

Sinais e Sintomas
De acordo com a Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale), quanto mais rápido for feito o diagnóstico, maiores são as chances de cura. Um dos principais sintomas da doença é o inchaço indolor dos linfonodos, conhecidos popularmente como ínguas, que podem aparecer no pescoço, nas axilas ou na virilha. Também podem aparecer outros sinais como febre, suor (geralmente à noite), cansaço, dor abdominal, fadiga persistente, perda de peso, pele áspera e coceira.  Uma pesquisa da Abrale, entretanto, apontou que 32% das pessoas foram diagnosticadas com linfoma no exame de check-up, sem apresentar sinal nenhum. Daí a importância de exames anuais e manter a atenção à saúde.