Acabou a fase de cavalheirismo na disputa pelo governo de São Paulo. O candidato tucano João Doria partiu para o ataque contra o adversário do MDB, Paulo Skaf. Foram duas peças publicitárias no rádio, durante o horário eleitoral, uma delas retirada do ar por decisão do TRE (tribunal Regional Eleitoral).
Na primeira delas, a campanha de Doria diz que Paulo Skaf tenta esconder que é o candidato do presidente Michel Temer em São Paulo. O áudio mostra uma fala de Temer em que o presidente afirma: “Por isso que o Paulo tem que ser eleito governador de São Paulo”.
Fora do ar
Na segunda peça publicitária, a campanha de Doria afirma que o governo Temer liberou R$ 14 milhões de reais, via Lei Rouanet, para o filho de Skaf, André Junqueira Skaf. A peça foi retirada do ar na quinta-feira (13), por decisão do juiz Maurício Fiorito, do TRE. Segundo o magistrado, a peça “aparentemente extrapolou os limites da liberdade de expressão e direito à crítica” garantidos pela Constituição.
Reação
Sem citar o nome de Doria, Skaf também criticou o adversário. “Nunca deixei de cumprir a minha palavra. Na minha vida, nunca larguei os compromissos no caminho”, numa referência ao fato de o tucano ter abandonado a Prefeitura de São Paulo para disputar o governo do Estado, apesar de ter afirmado dezenas de vezes que ficaria no cargo durante todo o mandato.
Equipe de Temer fala em surpresa
Skaf preferiu não se manifestar sobre o apoio de Temer à sua candidatura. O presidente, no entanto, teria ficado profundamente irritado com João Doria, com quem se reuniu diversas vezes em 2017 e neste ano para discutir eventual apoio do MDB ao tucano.
Segundo a jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, assessores de Temer afirmaram que João Doria “terá uma surpresa” se continuar divulgando, de forma negativa, o nome do presidente na campanha.
O tom foi de ameaça. A campanha em São Paulo esquentou de vez.
